É mais comum no couro cabeludo, mas pode afetar qualquer área com pelos, nomeadamente a zona da barba, sobrancelhas, cílios e região púbica.
Em casos raros e mais graves, pode ocorrer perda total do cabelo (alopécia areata total) e perda total dos pelos do corpo (alopécia areata universal).
Consiste numa doença auto-imune crónica, de etiologia desconhecida, mediada por células linfocitárias do próprio organismo contra o folículo piloso.
Associada a outras doenças auto imunes (tiroidite auto imune, vitiligo [1], doença inflamatória intestinal [2]).
Em cerca de 10-20% dos casos existe história familiar associada.
Pode ocorrer em qualquer idade, embora seja mais comum em adultos jovens (<25 anos). A perda de cabelos é gradual e ocorre ao longo de semanas e meses.
As áreas de alopécia são geralmente bem demarcadas e a pele tem um aspeto normal. Nos limites dessa área, existem caracteristicamente pelos curtos e quebradiços, com extremidade distal mais larga que a proximal, conhecidos como cabelos “em ponto de exclamação”.
As placas de alopécia podem coalescer, estabilizar e algumas resolvem espontaneamente enquanto surgem novas áreas. Quando os pelos voltam a crescer, os novos fios são geralmente mais finos e podem ser brancos ou grisalhos.
Concomitantemente, também pode haver alteração das unhas como pequenas depressões (pitting), unhas rugosas (traquioníquia), separação da unha da sua matriz (onicomadese).
A alopécia areata não é contagiosa.
A doença muitas vezes tem resolução espontânea, mas as recidivas são frequentes e associadas a episódios de stress.
Não há tratamento curativo.
Os doentes que têm envolvimento muito extenso podem optar por utilizar peruca. Para as sobrancelhas, é possível fazer maquilhagem definitiva.
O prognóstico é reservado em casos de envolvimento extenso (<10% recuperam espontaneamente), com início na infância (após a puberdade, há recuperação em 80%), perda de pelos corporais, atopia e história familiar.
Quando há envolvimento limitado com uma ou poucas peladas, o prognóstico é bom. No entanto, a evolução da alopécia areata é imprevisível e cada caso é único.
Estes pacientes devem ser avaliados em consulta de dermatologia.
Ligações
[1] https://www.atlasdasaude.pt/artigos/vitiligo
[2] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/doenca-inflamatoria-intestinal
[3] https://www.atlasdasaude.pt/artigos/alopecia
[4] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/transplante-capilar
[5] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/sistema-nervoso
[6] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/sistema-pele
[7] https://www.atlasdasaude.pt/autores/dra-ana-marcos-pinto-clinica-universitaria-dermatologica-de-lisboa-hospital-de-santa-maria
[8] https://www.atlasdasaude.pt/autores/prof-dr-joao-borges-da-costa-clinica-universitaria-dermatologica-de-lisboa-hospital-de-santa
[9] https://www.atlasdasaude.pt/autores/faculdade-de-medicina-da-universidade-de-lisboa-e-instituto-de-higiene-e-medicina-tropical