A história do álcool [1] acompanha a da humanidade. Registos arqueológicos revelam que os primeiros indícios sobre o consumo de álcool [2] pelo Homem datam de, aproximadamente, 6000 a.C.. Trata-se, portanto, de um hábito extremamente antigo e que persiste até aos dias de hoje, muito devido à noção que o álcool era uma substância divina.
Até à descoberta dos processos de fermentação e destilação, as bebidas tinham um conteúdo alcoólico relativamente baixo. A partir da Idade Média surgiram novos tipos de bebidas alcoólicas e com a revolução industrial registou-se um grande aumento na oferta deste tipo de bebidas, contribuindo para um maior consumo. Consequentemente, deu origem a um aumento no número de pessoas que passaram a apresentar algum tipo de problema devido ao uso excessivo de álcool, designado por alcoolismo.
O alcoolismo, ou a dependência alcoólica [3], é uma doença, frequentemente crónica e progressiva, que se caracteriza pelo consumo regular e contínuo de bebidas alcoólicas, apesar da recorrência repetida de problemas relacionados com o álcool.
O processo de dependência do álcool desenvolve-se como o de qualquer outra dependência, como por exemplo em relação ao tabaco [4], às drogas e outras substâncias psicoactivas. Começa-se por experimentar beber, depois bebe-se pontualmente e daí passa-se a beber com regularidade, até criar dependência. Para algumas pessoas é um processo relativamente rápido.
São muitos os factores que contribuem para o desenvolvimento dos problemas relacionados com o álcool, como sejam o desconhecimento dos limites aceitáveis quando se consome, para além de um total desconhecimento dos riscos associados ao consumo excessivo.
A verdade é que o consumo de álcool contribui mais do que qualquer outro factor de risco para a ocorrência de acidentes domésticos, laborais e de condução, violência, abusos e negligência infantil, conflitos familiares, incapacidade prematura e morte.
Para além disso, este problema relaciona-se com o surgimento e/ou desenvolvimento de numerosos problemas ou doenças agudas e crónicas de carácter físico, psicológico e social, constituindo, por isso, um importante problema de saúde pública.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica os consumos de álcool em três distintos níveis: o consumo de risco definido por um padrão de consumo que pode vir a implicar dano físico ou mental se esse consumo persistir; o consumo nocivo que causa danos à saúde, quer físicos quer mentais. Por fim, a dependência designada por um padrão de consumo constituído por um conjunto de aspectos clínicos e comportamentais que podem desenvolver-se após repetido uso de álcool, desejo intenso de consumir bebidas alcoólicas, descontrolo sobre o seu uso, continuação dos consumos apesar das consequências, uma grande importância dada aos consumos em desfavor de outras actividades e obrigações, aumento da tolerância ao álcool (necessidade de quantidades crescentes da substância para atingir o efeito desejado ou uma diminuição acentuada do efeito com a utilização da mesma quantidade) e sintomas de privação quando o consumo é descontinuado.
Ligações
[1] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/historia-do-alcool
[2] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/alcool
[3] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/dependencia-alcoolica
[4] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/o-tabaco
[5] https://www.atlasdasaude.pt/fonte/ministerio-da-saude
[6] https://www.atlasdasaude.pt/fonte/instituto-da-droga-e-da-toxicodepencia
[7] https://www.atlasdasaude.pt/foto/shutterstock
[8] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/tabaco-alcool-e-drogas