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Principais mitos
O Lúpus Eritematoso Sistémico (LES), comumente conhecido apenas como Lúpus, é uma conectivite (doenç

O LES é sempre uma doença grave com diminuição da sobrevida.

Felizmente a maioria dos doentes com Lúpus Eritematoso Sistémico têm a doença limitada à pele e articulações, de fácil controlo e sem impacto significativo no seu futuro. Para que isso se mantenha existem regras básicas, nomeadamente cumprir a medicação e ter hábitos de vida saudáveis, em particular a evicção (privação) da exposição solar e do consumo de tabaco.

O tratamento é difícil, pouco eficaz e inclui doses elevadas de corticoides.

Existem doentes com LES que necessitam de corticoides (grupo de hormonas esteroides) em altas doses, nomeadamente nas manifestações renais, hematológicas e neuropsiquiátricas. No entanto, os esquemas têm doses cada vez menores e por um período de tempo mais curto. Por outro lado, nas formas ligeiras de Lúpus, as doses são baixas ou até podem ser dispensadas. É necessário salientar que a maioria das dificuldades de controlo da doença estão relacionadas com a baixa adesão à medicação, uma vez que muitos doentes não tomam os corticoides nas doses prescritas, não tomam hidroxicloroquina (um dos medicamentos utilizados para o tratamento do LES), e não cumprem as restrições necessárias. É nossa obrigação salientar que o incumprimento da medicação é a principal causa do mau controlo da doença.

A hidroxicloroquina é muito tóxica.

De uma forma geral, a hidroxicloroquina deveria ser prescrita a todos os doentes com Lúpus. Previne as suas formas graves, é eficaz no controlo articular e cutâneo, reduz o risco vascular e globalmente aumenta a sobrevida dos doentes com esta doença. O medo da toxicidade oftalmológica é infundado desde que se usem doses até 5 mg/kg/dia (por exemplo, se o paciente pesar 50 quilos, deverá tomar até 250 miligramas do medicamento por dia). Os estudos demonstram uma clara relação dos surtos graves com o facto de não se cumprir o antimalárico hidroxicloroquina.

A gravidez no lúpus é de risco muito elevado e a medicação deve ser suspensa.

Efetivamente a gravidez em mulheres com Lúpus Eritematoso Sistémico pode, por vezes, ser um desafio complicado. Porém, se a gravidez ocorrer numa fase calma da doença, esta pode ser totalmente segura, desde que acompanhada por equipas multidisciplinares experientes. Um dos erros comuns é pensar que as medicações devem ser suspensas, contudo deve ocorrer o oposto: estas devem ser mantidas, pois aumentam o sucesso de uma gravidez bem-sucedida, em especial a hidroxicloroquina.

Anticoncepção com estroprogestativo é contraindicada.

A pílula convencional só deve ser contraindicada em doentes com anticorpos positivos para a síndrome anti fosfolipídico, pois aumenta o risco trombótico.

Existem novos tratamentos inovadores muito eficazes.

A maioria dos tratamentos ditos convencionais são muito eficazes e apenas um tratamento inovador foi aprovado nos últimos 30 anos, o Belimumab. No entanto, este só está aprovado para formas específicas de Lúpus em alta atividade.

Dr. António Marinho - Internista e Coordenador do NEDAI

Fonte: 
Miligrama [1]
Foto: 
Pixabay [2]
Sistema Musculoesquelético [3]
Sistema Pele [4]
Nota: 
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Ligações
[1] https://www.atlasdasaude.pt/fonte/miligrama [2] https://www.atlasdasaude.pt/foto/pixabay [3] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/sistema-musculoesqueletico [4] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/sistema-pele