Os cuidados com a diabetes [1] são complexos não se limitando ao simples controlo glicémico. As recomendações para os cuidados com a diabetes incluem o rastreio, o diagnóstico e a terapêutica, situações destinadas a melhorar os resultados clínicos da doença.
A prevalência de diabetes aumenta com a idade e o risco de diabetes ao longo da vida na população Europeia é de 30-40%, sendo que cerca de metade dos diabéticos desconhece a sua doença. Nesta população de meia-idade, a prevalência da diminuição da tolerância à glicose é cerca de 15%, aumentando para 35 a 40% nos idosos.
A diabetes apresenta oscilações de incidência e prevalência nas várias regiões do Mundo, com crescimento progressivo, sendo que a sua maior prevalência se situa no grupo etário acima dos 45 anos. A incidência da diabetes tem vindo a aumentar nos seus principais subtipos 1 e 2, para os quais factores genéticos e ambientais, como a obesidade [2] e o sedentarismo têm concorrido nas últimas décadas, apesar da maior atenção ao diagnóstico precoce e aos avanços terapêuticos alcançados.
De acordo com os dados de vários estudos na década de 90, a incidência da diabetes tipo 1 situar-se-ia em Portugal entre 5 e 9,9 casos por 100.000 habitantes/ano. Considerando os dados do Inquérito Nacional de Saúde (INS) a prevalência auto-referida da diabetes em 1999 era de 4,7% e em 2006 era de 6,7%, confirmando a tendência crescente estimada pela International Diabetes Federation (IDF) para 2007 de 8,2% e para 2025 de 9,8%.
Relativamente à incidência da diabetes estima-se que sejam diagnosticados anualmente entre 500 e 700 novos casos por 100.000 habitantes. No que toca às complicações da diabetes, foi considerado que 25% dos internamentos hospitalares por acidente vascular cerebral [3] e 29% dos enfartes do miocárdio [4] eram de pessoas com diabetes. Estima-se a existência de retinopatia em 11,4% das pessoas com diabetes e 2,3% das pessoas com diabetes estão cegas ou amblíopes. Em hemodiálise [5] estão 0,2% dos indivíduos com diabetes sendo este número completado por 2,5% de pessoas que saíram de internamento hospitalar com diálise [6] renal. É de 25% a percentagem de indivíduos com insuficiência renal em hemodiálise que possuem diabetes.
Prevalência noutros países
A diabetes tipo 2 é considerada hoje em dia como uma pandemia [7], encontrando-se dispersa em todo o globo como consequência da urbanização, mudanças nutricionais e alterações dos estilos de vida com aumento do sedentarismo, acompanhando o aumento da obesidade.
A Ásia, com extensa população e desenvolvimento económico, tende a ser o epicentro da diabetes tipo 2 surgindo em idades mais jovens do que na Europa, mesmo com Índice de Massa Corporal [8] inferior. Admite-se como factores responsáveis para esta aceleração, o fenótipo de peso normal metabolicamente obeso, ingestão elevada de álcool [9], elevada ingestão de hidratos de carbono [10] altamente refinados (arroz branco) e sedentarismo elevado, aos quais parece associar-se a deficiência nutricional in utero e nos primeiros tempos de vida associada a excesso alimentar mais tardiamente.
Estudos genéticos têm contribuído para melhor compreender a diabetes mas ainda são insuficientes para explicar as diferenças étnicas sobre o risco de diabetes. A interacção entre a genética e os estilos de vida ocidentais podem contribuir para a epidemia [11] sendo assim recomendado para prevenção da diabetes tipo 2, a instituição de medidas conducentes a cuidados alimentares e actividade física [12] como uma prioridade global das políticas de saúde pública.
Os dados da IDF da diabetes apontaram para 2010 uma prevalência da diabetes na Europa mais elevada nos seguintes países:
Alemanha - 12%;
Áustria - 11,2%;
Chipre - 10,4%;
Portugal - 12,4%;
Suíça - 11,3%.
Sendo menor em:
Islândia - 2,1%;
Tajiquistão - 3,6%;
Uzbequistão - 4,0%;
Turquemenistão - 4,1%;
Noruega - 4,7%;
Reino Unido - 4,9%.
Os EUA têm uma prevalência de 12,3% e o Canadá de 11,2%. Em África, as Ilhas Seicheles apresentam prevalência muito elevada, de 14,4%, sendo que na grande maioria dos países ela é da ordem de 2-4,5%. As Ilhas Maurícias atingem uma prevalência de 17%.
Ligações
[1] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/diabetes-1
[2] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/obesidade
[3] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/acidente-vascular-cerebral-1
[4] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/enfarte-agudo-do-miocardio
[5] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/hemodialise
[6] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/dialise
[7] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/pandemia
[8] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/calculo-de-indice-massa-corporal
[9] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/alcool
[10] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/hidratos-de-carbono-0
[11] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/epidemia
[12] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/desporto-e-actividade-fisica
[13] https://www.atlasdasaude.pt/fonte/manual-de-diabetes
[14] https://www.atlasdasaude.pt/foto/shutterstock
[15] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/sistema-cardiovascular
[16] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/corpo-humano
[17] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/artigos-complementares
[18] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/diabetes