Existem diversos tipos de biópsia, cuja utilização é feita em função do tecido ou órgão que se pretende estudar. Assim, por exemplo, no caso de se pretender realizar uma biópsia cutânea (pele) ou de músculo, pode-se fazer uma pequena incisão na pele com um bisturi, removendo depois um pequeno fragmento de pele ou músculo. No caso de se pretender colher amostras de órgãos ou tecidos mais profundos, como os rins, fígado ou tecido mamário, utiliza-se uma técnica diferente, a punção-biópsia, na qual é utilizada uma agulha oca, que é inserida através da pele [1] até à profundidade desejada. Nalguns destes casos, para que a colocação da agulha seja o mais precisa possível, a biópsia pode ser guiada por ecografia ou por TAC [2]. Há ainda que referir que as biópsias podem ser realizadas durante a realização de endoscopias, biópsias endoscópicas, sendo que os endoscópios actuais estão equipados de instrumentos especificamente vocacionados para tal. Por fim, a biópsia pode ser parte de um procedimento cirúrgico major, sendo que nestes casos, caso haja indicação, pode ser extemporânea, isto é, depois de colhida a amostra ela é imediatamente processada e analisada, conhecendo-se os seus resultados durante a cirurgia, resultados esses que vão então condicionar a própria intervenção.
Depois de colhida, a amostra é então enviada ao laboratório onde é corada e observada ao microscópio. A observação microscópica mostra se o tecido ou células são normais ou se fazem parte de um tumor, permite determinar a natureza do tumor, isto é, se tem características ou não de malignidade (cancro [3]), bem como identificar o tipo de tumor em causa e avaliar sinais de possível disseminação para outras partes do corpo. A biópsia é pois, então, um exame extremamente importante no diagnóstico e caracterização dos tumores malignos, assim como na determinação da sua evolução.
Mas a importância deste exame não se resume à patologia tumoral, tendo também muitas outras aplicações em patologias inflamatórias ou infecciosas, sobretudo no que respeita à identificação das suas causas.
A preparação para uma biópsia está dependente do tipo de biópsia em causa. Assim, por exemplo, enquanto que para uma biópsia cutânea ou muscular não há que ter nenhuns cuidados particulares no que respeita à alimentação, para uma biópsia que implique um procedimento cirúrgico major, que envolva anestesia geral, é necessário fazer jejum. No caso de uma biópsia que se realize no decurso de uma colonoscopia a preparação é a que se tem para este exame, independentemente de se fazer uma biópsia ou não, e que consiste em restrições alimentares e na utilização de laxantes [4] e clisteres de limpeza.
Cada tipo de biópsia tem a sua técnica de execução, pelo que temos que:
A grande maioria dos pequenos procedimentos de biópsia são muito seguros, tendo apenas um pequeno risco de sangramento ou infecção no local da biópsia. Caso tal ocorra, isto é, caso tenha febre [5] ou dor, “inchaço”(edema), rubor ou sangramento no local de biópsia deve procurar o seu médico.
No caso de biópsias que impliquem cirurgias major os riscos inerentes são os associados a este tipo de actos cirúrgicos, como os decorrentes de qualquer anestesia geral.
Em qualquer dos casos, o melhor é falar sempre primeiro com o seu médico para que ele lhe possa explicar o procedimento que irá ser realizado e para que o possa tranquilizar.
Ligações
[1] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/pele
[2] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/tac
[3] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/o-cancro
[4] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/laxantes
[5] http://www.atlasdasaude.pt/content/febre
[6] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/biopsia-liquida-e-oncologia-de-precisao
[7] https://www.atlasdasaude.pt/fonte/instituto-camoespt
[8] https://www.atlasdasaude.pt/foto/shutterstock
[9] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/tumores
[10] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/artigos-complementares