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Nutrição
A salicórnia (Salicornia ramosíssima), também conhecida como “sal verde” ou “espargo do mar”, é uma

Esta planta faz parte da flora nativa do litoral de Portugal e pode ser encontrada sobretudo nas regiões da Ria de Aveiro, Ria Formosa e noutras regiões do Algarve. É constituída por folhas de tamanho reduzido, inflorescência terminal em forma de espigão, caules suculentos de cor verde que podem desenvolver-se até 40 cm e apresenta um ciclo de vida anual. Absorve o sódio dissolvido na água do mar ou do solo onde se desenvolve, apresentando, por isso, um sabor naturalmente salgado.

A importância da salicórnia nas populações costeiras remete a tempos antigos, tendo sido utilizada para fins terapêuticos, devido à sua composição com potenciais benefícios para a saúde, para fins industriais enquanto matéria-prima, e para fins alimentares. Este último terá apresentado especial relevância durante a 2ª Guerra mundial, em que seria conservada em gelo e comercializada enquanto “espargo do mar” para consumo humano.

Os benefícios nutricionais da salicórnia devem-se ao seu teor em compostos bioativos (p. ex.: esteróis, ácidos hidroxicinâmicos), ácidos gordos polinsaturados, fibra e minerais (p. ex.: ferro, potássio). Contudo, a sua composição é dependente da época e local de colheita, bem como da salinidade do solo.

O sabor salgado que apresenta permite o uso da salicórnia nas preparações culinárias em detrimento do sal de cozinha. Quanto a quantidades, sabemos que, em média, 1 colher de chá (5 gramas) de sal contém 2000 mg de sódio; 5 gramas de salicórnia em pó contém aproximadamente 935 mg de sódio; 5 gramas de salicórnia desidratada contém cerca de 460 mg de sódio; e 5 gramas de salicórnia fresca (equivalente a sete hastes) apresenta cerca de 70 mg de sódio. Desta forma, para iguais quantidades, a salicórnia, em qualquer tipo de apresentação, fornece menor quantidade de sódio quando comparada com o sal de cozinha. Ainda assim, são quantidades não negligenciáveis pelo que o consumo de salicórnia deve ser igualmente parcimonioso.

A salicórnia pode ser consumida fresca, em pequenos pedaços adicionados no final das confeções de pratos de peixe e marisco, em saladas ou em molhos. Também pode ser consumida cozida ou ao vapor, enquanto acompanhamento ou ingrediente de outras preparações culinárias. Quando apresentada sob a forma de pó (seca e triturada), o conhecido “sal verde”, apresenta inúmeras aplicabilidades.

Devido à sua versatilidade, a salicórnia tem vindo a ser alvo de inúmeros estudos para explorar o seu potencial promissor enquanto ingrediente funcional, que poderá ser utilizado na indústria alimentar com inúmeras funcionalidades, em particular enquanto substituto de sal ou de outros aditivos, bem como no dia-a-dia das confeções culinárias nas casas dos consumidores ou na restauração.

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Autores: 
Joana Ribeiro - Nutricionista [4]
Assessora Técnica da Associação Portuguesa de Nutrição [5]
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