Anteriormente conhecida como Síndrome de Reiter, a artrite reativa é um tipo de Espondilartrite que causa dor e inflamação das articulações e tendões, e que ocorre entre alguns dias ou semanas depois de uma infeção bacteriana.
Embora na maioria dos casos a doença se resolva com o tratamento, estima-se que entre 15 a 20% dos doentes possam vir a sofrer de uma apresentação crónica da doença. Em todo o caso, a recuperação é lenta podendo o doente apresentar queixas, ainda que ligeiras, nos 6 a 12 meses após o início das manifestações.
Entre as principais causas estão as infeções:
Existem ainda casos em que a doença ocorre após infeção respiratória causada por Chlamydia (ou Chlamydophila) pneumoniae ou Mycobacterium bovis (tuberculose bovina).
No entanto, a verdade é que nem todas as pessoas que adquirem estas infeções desenvolvem este tipo de artrite. Segundo os especialistas, os que a desenvolvem parecem ter uma predisposição genética para este tipo de reação, relacionada, em parte, ao mesmo gene HLA-B27 encontrado em pessoas que têm espondilite anquilosante.
Após os sintomas iniciais da infeção que lhe deu origem (gastrointestinal ou geniturinária, e que podem ir de dor pélvica a distúrbios gastrointestinais), na artrite reativa, para além da inflamação ou dor nas articulações, que pode ir de leve a grave, é frequente os tendões ficarem inflamados e doloridos. Geralmente as grandes articulações dos membros inferiores são as mais afetadas – joelhos, dedos dos pés e áreas onde os tendões estão ligados aos ossos, como os calcanhares.
O doente pode ainda apresentar:
A combinação de sintomas articulares comuns com uma infeção prévia, particularmente se a pessoa tiver sintomas genitais, urinários, cutâneos e oculares, leva o médico a suspeitar de artrite reativa. No entanto, e uma vez que estes sintomas podem não aparecer simultaneamente, o seu diagnóstico pode ser mais demorado.
Quando a doença é causada por uma infeção dos órgãos genitais, do trato urinário ou respiratório, é necessária a administração de antibióticos, no entanto este tratamento nem sempre alivia a artrite e sua duração ideal é desconhecida.
A inflamação articular geralmente é tratada com um medicamento anti-inflamatório não esteroide (AINE). A sulfassalazina ou medicamentos que suprimem o sistema imunológico (como azatioprina ou metotrexato) podem ser utilizados, tal como acontece na artrite reumatoide.
Os corticosteroides também podem ser injetados em articulações muito inflamadas ou tendões muito inflamados para aliviar os sintomas.
A fisioterapia pode ser útil para manter a mobilidade das articulações durante a fase de recuperação.
Conjuntivite e feridas na pele normalmente não precisam ser tratadas, embora inflamação ocular grave (uveíte) possa exigir corticosteroides e colírio para dilatação dos olhos.
De acordo com a Sociedade Portuguesa de Reumatologia, “a duração média da doença é de 3 a 5 meses. A maioria dos doentes melhora completamente sem lesão crónica da articulação ou têm manifestações muito ligeiras nos 6 a 12 meses após o início das manifestações, mas 15 a 20% podem ter uma apresentação mais crónica da doença. Noutros doentes a doença tem um curso intermitente”.
Por outro lado, alguns doentes com artrite reativa crónica podem mais tarde evoluir com manifestações características de outras espondilartropatias, como a espondilite anquilosante ou artrite psoriática.
Ligações
[1] https://www.atlasdasaude.pt/fonte/manuais-msd
[2] https://www.atlasdasaude.pt/fonte/sociedade-portuguesa-de-reumatologia
[3] https://www.atlasdasaude.pt/foto/shutterstock
[4] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/sistema-musculoesqueletico
[5] https://www.atlasdasaude.pt/autores/sofia-esteves-dos-santos