Os procedimentos minimamente invasivos resultaram do avanço da biotecnologia e tecnologia médica. Quem o afirma é a especialista em cirurgia plástica e reconstrutiva Ana Silva Guerra, que garante que as suas principais vantagens prendem-se com o facto de não necessitarem de internamento, bloco operatório e não deixarem marcas.
“São efetuados em regime ambulatório e em poucos minutos. Não há incisões a encerrar e a cicatrização é celere pois a agressão nunca deve ser importante o suficiente para causar incapacidade”, explica.
No entanto, afirma que, ao contrário do que se possa pensar, “estes procedimentos comportam riscos como qualquer técnica ou intervenção e por isso a importância de serem realizados por profissionais qualificados e certificados para o efeito”.
A toxina botulínica, os preenchimentos faciais com ácido hialurónico e os peelings químicos são os tratamentos não invasivos que mais se realizam em todo o mundo.
“A principal razão para a realização destes procedimentos prende-se com o envelhecimento. Atrasar o envelhecimento, manter a jovialidade e um aspeto saudável são as principais motivações. Estes tratamentos estão indicados para isso mesmo: prevenir, atrasar as primeiras rugas, a flacidez cutânea e a perda de volume”, explica Ana Silva Guerra.
Não existindo uma regra quanto à idade em que podem começar a ser realizados (“em idade adulta!”), a especialista afirma que o processo de envelhecimento depende apenas de fatores como a genética ou estilo de vida.
No entanto, fica a ressalva: “todas as intervenções e procedimentos estão balizados por indicações e contraindicações e envolvem certamente riscos”.
Um dos efeitos mais comuns do tratamento com toxina botulínica, que consiste em injectar quantidades mínimas desta sustância diretamente nos músculos faciais para os relaxar, de modo a atenuar ou eleminar as rugas de expressão, é a dor de cabeça. De intensidade ligeira a moderada que desaparece ao fim de umas horas.
“No local da injeção pode acontecer o aparecimento de vermelhidão, inchaço, nódoa negra, sensação de picada e formigueiro”, acrescenta Ana Silva Guerra reforçando que estas reações são transitórias “e surgem, normalmente, na primeira semana após o tratamento”.
De acordo com a especialista este tratamento está contraindicado nos casos de hipersensibilidade conhecida à toxina botulínica tipo A, Miastenia Gravis, Síndrome de Eaton-Lambert e Esclerose Lateral Amiotrófica ou na presença de infeção/inflamação no local do tratamento.
“Não é aconselhada a aplicação destes produtos em grávidas ou crianças”, afirma a cirurgiã.
No caso de tomar medicamentos que afetem a fluidez e a agregação plaquetária ou a coagulação sanguínea, a especialista aconselha entre cinco a sete dias de pausa na toma destes medicamentos. Em caso de dúvida, deve sempre aconselhar-se com o seu médico, referindo, caso tenha problemas de saúde, a medicação que utiliza.
Indicado para correção de linhas, rugas e depressões da pele, assim como para a redefinição dos contornos de lábios ou rosto, este tratamento apresenta excelentes resultados. “Dependendo da zona a tratar, das características do organismo e seus hábitos (medicamentosos, tabágicos, alimentares), os efeitos deste procedimento estético duram, normalmente entre seis a 12 meses”, sendo aconselhado um tratamento de manutenção para preservar os resultados atingidos.
Os efeitos secundários mais comuns são passageiros e incidem sobre a zona tratada. “Vermelhidão, inchaço/edema, desconforto nódoas negras. São reações leves a moderadas que desaparecem naturalmente ao fim de dois a três dias, no caso da aplicação ser no rosto, ou uma semana no caso dos lábios”, esclarece a especialista em cirurgia plástica reconstrutiva e estética.
Uma vez que o ácido hialurónico existe naturalmente no corpo humano não há risco de rejeição ao produto.
No entanto, este tratamento está contraindicado a pessoas com perturbações hemorrágicas ou “que tomem medicamentos que afetem a fluidez e a agregação plaquetária ou a coagulação sanguínea”.
Indicados para tratar manchas pigmentadas, cicatrizes de acne, flacidez cutânea, estrias, poros dilatados, rugas finas e outros sinais do fotoenvelhecimento, estes procedimentos consistem na aplicação de substâncias químicas sobre a pele para induzir a renovação celular.
“A infeção da pele pode acontecer em pacientes mais suscetíveis”, alerta a especialista quanto aos riscos e efeitos secundários mais comuns. É o caso de pessoas com antecedentes de infeções por Herpes Simplex. “É possível que um peeling possa provocar uma recorrência do herpes. Assim sendo, é prudente prevenir essa intercorrência com terapêutica preventiva adequada”, aconselha Ana Silva Guerra.
Após um peeling é possível ainda ocorrer a alteração da pigmentação cutânea, podendo existir variações entre áreas mais claras e mais escuras. “O aparecimento de manchas escuras está associado, na generalidade, a uma inadequada proteção solar durante o período pós-tratamento”, explica a especialista que afirma ser fundamental a evicção solar nos primeiros 15 dias depois de um peeling, assegurando sempre a colocação de protetor solar fator 50 quando ocorrer a exposição solar.
Por fim, o efeito de limpeza pós peeling pode produzir, dois a três dias depois, “a aparição de pequeninos grânulos na pele que relembram os do acne e que desaparecem instantaneamente”.