13 de Abril – Dia do Beijo

Quando o beijo é transmissão de doença

Atualizado: 
10/04/2015 - 16:34
São muitos os benefícios do beijo, mas também tem inconvenientes. É através do beijo que se transmite a mononucleose infecciosa, mais conhecida como doença do beijo.

Beijo, do latim basium: toque de lábios, pressionando ou fazendo leve sucção, geralmente em demonstração de amor, gratidão, carinho, amizade, etc. Os mais antigos relatos sobre o beijo remontam a 2500 a.C., nas paredes dos templos de Khajuraho, na Índia. Desde então que o beijo assume vários significados: seja de expressão de amor entre casais, seja de afecto entre pais e filhos, ou mesmo de respeito representando uma marca de lealdade, humildade e reverência.

São muitos os benefícios do beijo (ou do acto de beijar) mas como não há bela sem senão, no beijo as pessoas trocam em média 250 vírus e bactérias. Quer isto dizer que se a pessoa estiver com alguma infecção em fase aguda, o acto de beijar pode transformar-se na porta de transmissão de doença. A mais comum é a mononucleose infecciosa, uma doença causada pelo vírus Epstein-Barr, um tipo de vírus Herpes no qual mais de 90% dos adultos já foram expostos e que é transmitido principalmente pela saliva.

A doença do beijo pode surgir em homens ou mulheres e em todas as idades, contudo as populações afectadas dividem-se essencialmente em dois grupos: as crianças pequenas, que são frequentemente infectadas pelos pais durante manifestações de afecto ("os miminhos") ou por outras crianças; e os adolescentes que são infectados quando começam a beijar as namoradas ou os namorados.

Sintomas e diagnóstico

Habitualmente, é uma doença de bom prognóstico e pode mesmo passar despercebida ou apresentar apenas sintomas de fraqueza e cansaço. Porém os sintomas mais frequentes da doença do beijo são as dores de garganta, o cansaço e o aumento generalizado dos gânglios. Por vezes pode também surgir febre, dor de cabeça, dor de barriga, aumento de tamanho do fígado e do baço e mal-estar geral.

O período de incubação é de 30 a 50 dias e o diagnóstico é feito pelo conjunto de sinais e sintomas típicos e pela presença de linfócitos atípicos no sangue (um tipo de glóbulo branco modificado pela infecção) e positividade para certos anticorpos. Nem sempre o diagnóstico é possível, pelo facto de a doença se apresentar de forma não característica ou pelos exames laboratoriais não serem conclusivos, especialmente em crianças.

Tratamento

Não existem vacinas ou medidas particulares para a prevenção desta doença, bem como também não existe terapêutica específica. Assim, o tratamento da doença é baseado na diminuição dos sintomas.

Embora a doença raramente seja fatal, às vezes o vírus permanece nas células do sangue, afectando a pessoa o resto de sua vida. Em todos os casos, a pessoa excreta a doença de forma intermitente na saliva durante toda sua vida. Em alguns casos, com maior frequência em adolescentes, a doença pode levar a fadiga crónica. A investigação também mostra que as pessoas afectadas com a doença são mais susceptíveis a contrair esclerose múltipla.

 

Bibliografia

http://www.doencadobeijo.com/

"beijo", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/beijo [consultado em 08-04-2015].

Germano de Sousa sapo

http://www.educare.pt/opiniao/artigo/ver/?id=11562&langid=1

 

Revisão científica por Prof. João Gorjão Clara, Cardiologista e Professor de Geriatria da Faculdade de Medicina de Lisboa

Autor: 
Célia Figueiredo
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
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