18 de Outubro – Dia Mundial da Menopausa

“Procurem o médico para poder ter uma menopausa saudável e feliz”

Atualizado: 
17/10/2014 - 17:42
Assinala-se amanhã o Dia Mundial da Menopausa que pretende alertar as mulheres a procurar ajuda médica. O objectivo é diminuir os sintomas associados a esta nova fase da mulher e manter a qualidade de vida.

A menopausa caracteriza-se por “uma fase fisiológica da vida da mulher que corresponde a uma perda, mais ou menos brusca, da perda das hormonas ováricas (estrogénios e progesterona) que leva ao fim dos períodos menstruais”, refere Fátima Romão, presidente da Sociedade Portuguesa de Menopausa, ao Atlas da Saúde.

Assim, considera-se que uma mulher está em menopausa quando decorrem 12 meses sem menstruação. Conforme explica Fátima Romão, “a maior parte das vezes, a menopausa não tem um início súbito, acontece alguns meses com irregularidades menstruais e / ou alguma sintomatologia”. Inicia-se em idade variável, mas nas mulheres portuguesas a idade média calculada para o aparecimento é aos 50/51 anos.

Ao contrário do que muitos possam pensar, a menopausa não é nenhuma doença, é apenas uma nova etapa na vida na vida das mulheres que erradamente se associa ao envelhecimento e à perda de feminilidade. O medo é o sentimento mais dominante e na opinião da especialista “ocorre porque entra na fase infértil e receia ficar diminuída, menos atractiva e tem receio das doenças que começam a surgir com o próprio envelhecimento”, diz sublinhando que, muitas vezes não se sentem bem no seu próprio corpo e preferem mesmo não falar da sua vivência menopáusica.

Já o principal mito associado à menopausa é o da perda da feminilidade. Deixou de menstruar, deixou de ser mulher, e começa o envelhecer. “A nossa sociedade torna-se muito castigadora para quem não é jovem, elegante e bem sucedido. Mas temos de pensar que aos 50 anos muitas mulheres estão no auge das suas carreiras profissionais e com um papel muito activo e importante familiarmente, ainda com filhos e pais a cargo”, explica a ginecologista.

É por estas razões que vale a pena assinalar o dia que “serve para a chamada de atenção e, apesar de tudo, levar muitas mulheres a procurar ajuda médica. Digamos que estimula a consciencialização do problema em todo o mundo, embora cada mulher vá viver a sua menopausa conforme a sua cultura e os seus credos. Por isso a informação nunca é demais”, nota.

 

Principais sintomas

Os principais sintomas da menopausa são os vasomotores, conhecidos como: “afrontamentos ou fogachos e os suores nocturnos, que quando são intensos limitam muito a qualidade de vida da mulher”.

Muito incómodos também, alerta Fátima Romão, são “as alterações emocionais como o cansaço fácil, a irritabilidade, as insónias, o choro fácil, a falta de concentração e o esquecimento”.

Mais tarde, numa segunda fase, e igualmente devido à perda hormonal, surgem os sintomas urogenitais: a secura vaginal que se traduz em dificuldades sexuais, aparecimento de infecções urinárias de repetição e alterações na pele e cabelo. Por fim, diz a ginecologista, a mulher menopáusica apresenta alterações cardiovasculares e osteoarticulares com eventual aparecimento de osteoporose.

Fátima Romão salienta que “é muito importante a mulher encarar a menopausa com naturalidade, uma vez que esta fase irá corresponder a um terço da vida da mulher”. Deve por isso, procurar ajuda médica para que lhe indique como tratar/diminuir os sintomas. “Por vezes, é necessário apenas modificar alguns hábitos alimentares, tabágicos e praticar exercício físico”, esclarece a presidente, sublinhando que “temos de nos lembrar que o envelhecimento é cumulativo e a prevenção da doença é o mais importante”

 

Tratamento

Existem vários opções para tratar a menopausa, mas o mais importante é perceber qual o tratamento indicado para cada mulher. “Ainda há muito receio em relação às hormonas, com alguma cancerofobia (fobia de que provocam cancro)”, lamenta a ginecologista, acrescentando que, “é preciso individualizar, acompanhando o perfil e os desejos de cada mulher.

Existe, além do tratamento hormonal com as próprias hormonas ováricas - que se administram em doses mínimas e usando várias vias, desde a toma de um comprimido/dia até ao adesivo colado uma vez por semana – existem outros produtos que vão simular estas hormonas, sendo os mais conhecidos os fitoestrogénios.

Em jeito de conclusão, e enquanto presidente da Sociedade Portuguesa de Menopausa e como mulher em menopausa, Fátima Romão deixa uma mensagem:”Primeiro quero desejar um excelente Dia 18 da Menopausa a todas as mulheres. Se não estiverem já em menopausa, que consigam chegar lá. Se estiverem procurem ajuda do vosso médico para poder ter uma menopausa saudável e feliz”.

 

 

Autor: 
Célia Figueiredo
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
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