Investigação

Portugal em projeto da UE que valoriza peixes diádromos face às alterações climáticas

Um grupo de investigadores portugueses participa num projeto científico com vários países europeus que aposta na valorização socioeconómica, ecológica e cultural dos peixes diádromos face às alterações climáticas, anunciou hoje um dos responsáveis.

“O projeto DiadES visa avaliar e potenciar os serviços do ecossistema de peixes diádromos, como a lampreia ou a enguia, num cenário de alterações climáticas”, disse o investigador Pedro Raposo Almeida.

O professor da Universidade de Évora realçou a necessidade de “estabelecer a cooperação transnacional e promover a definição e a partilha de critérios de gestão inovadores que permitam a preservação e exploração sustentável destes recursos num cenário de aquecimento global”.

“As atividades humanas e as alterações climáticas representam uma ameaça para os peixes e os seus habitats”, alertou.

O salmão, a lampreia-marinha, a enguia e o sável, por exemplo, são espécies diádromas, assim designadas porque se desenvolvem entre o mar e os meios de água doce.

“São peixes migradores, que realizam movimentos entre a água doce e salgada para se reproduzirem ou alimentarem e apresentam elevado valor ecológico, económico e cultural nas comunidades locais de toda a Europa”, explicou Pedro Raposo Almeida, vice-diretor do MARE – Marine and Environmental Sciences Centre, que integra diversas instituições portuguesas.

O MARE e a Universidade de Évora são parceiros no projeto “DiadES - Avaliar e promover serviços do ecossistema de peixes diádromos num cenário de alterações climáticas”, no qual participam igualmente representantes de Espanha, França, Inglaterra e Irlanda.

O DiadES, segundo o mesmo docente universitário, destina-se a “unir esforços para compreender as alterações à distribuição geográfica dos peixes diádromos, em resposta às alterações climáticas, e as consequências a nível dos bens e serviços prestados por estas espécies”.

Liderado pelo IRSTEA – National Research Institute of Science and Technology for Environment and Agriculture, de França, e financiado pela União Europeia, através da iniciativa comunitária Interreg Espaço Atlântico do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), o projeto tem um orçamento de 2,2 milhões de euros e será desenvolvido até 2022.

A primeira reunião decorreu em Dublin, capital da Irlanda, no início do mês, tendo participado todos os parceiros portugueses associados: Agência Portuguesa do Ambiente, Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, Instituto Português do Mar e da Atmosfera e Autoridade Marítima Nacional.

“Foram apresentados os vários casos de estudo, entre os quais o do rio Mondego”, coordenado pela Universidade de Évora, disse Pedro Raposo Almeida.

Também foram discutidas “questões relacionadas com as metodologias a ser utilizadas pelos 10 parceiros beneficiários e os 20 parceiros associados que compõem este projeto”, acrescentou.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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