17 de novembro - Dia Mundial do Não Fumador

O tabaco e as doenças reumáticas

Um estudo levado a cabo nos EUA demonstra que o número de anos como fumador determina o risco de Artrite Reumatóide e que este aumenta bastante após os 20 anos de consumo de tabaco. Naqueles que deixaram de fumar há 10 anos ou menos, o risco é ainda muito elevado quando comparado com o de pessoas que nunca fumaram.

Quanto mais longa for a exposição ao fumo do tabaco, maior a probabilidade de desenvolver uma doença reumática. No Dia Mundial do Não Fumador, a Sociedade Portuguesa de Reumatologia relembra: o tabagismo é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de algumas doenças do foro reumático. Estas patologias podem limitar muito a vida daqueles com elas vivem e seus cuidadores e atingem cerca de metade da população portuguesa. No entanto, há ainda muitos casos de doentes com patologia reumática não diagnosticada que, com o tempo, podem dar origem a complicações, tanto físicas, como psicológicas.

Hoje em dia sabe-se que o ato de fumar está associado a várias doenças cardiovasculares, a cancro e também aterosclerose. Adicionalmente, vários estudos sugerem que o fumo do tabaco está associado igualmente ao aparecimento da Artrite Reumatóide com presença de anticorpos anti-CCP em pessoas que têm suscetibilidade genética, e que os doentes fumadores podem, igualmente, apresentar pior resposta à terapêutica. Além disso, os efeitos nocivos do tabaco demoram muito tempo a desaparecer do organismo, sendo maior o risco de desenvolver Artrite Reumatóide num ex-fumador do que numa pessoa que nunca fumou.

Daquilo que se sabe acerca da causa da Artrite Reumatóide, pode afirmar-se que há pessoas que nascem com predisposição genética e, quando em contacto com determinados fatores ambientais, começam a desenvolver a doença. Quando não diagnosticada e atempadamente tratada, a Artrite Reumatóide pode ter consequências graves na vida do doente, como incapacidade funcional para as actividades da vida diária, e associação a diversas comorbilidades, uma vez que a inflamação crónica constitui, por sua vez, um fator de risco para o surgimento de doenças cardiovasculares, com um índice aumentado de mortalidade.

As articulações que mais são atingidas pela Artrite Reumatóide são as pequenas articulações dos dedos das mãos e dos pés.

O Presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia, Dr. José Canas da Silva, reforça que Portugal é um dos países da União Europeia com maior número de pessoas com doença reumática e que estas são das doenças crónicas que mais limitam a vida dos doentes. Por isso, todas as formas de prevenção e controlo dos fatores de risco, como o tabagismo, são fundamentais.

Fonte: 
SConsulting
Nota: 
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