Grupo de apoio Melhor de Mim (MdM)

«O diagnóstico de cancro da mama inevitavelmente transforma a vida de quem o recebe»

Atualizado: 
13/11/2018 - 11:16
Maggie João, Medical Coach, entrevista Titá Rodrigues, fundadora da Melhor de Mim (MdM) - um grupo de apoio a Mulheres com cancro de mama, qualquer que seja o seu estadio.

Este grupo tem como objetivo ajudar outras Mulheres que estão a passar por esta situação nas suas vidas, partilhando o melhor de cada um.

Embora seja um grupo de apoio a Mulheres, há vários senhores que também voluntariam o seu tempo e conhecimentos para trazer a MdM mais próximo da realidade atual de tantas famílias.

MJ: De que forma a Melhor de Mim contribui para um mundo melhor?

TR: O objetivo central do grupo Melhor de Mim é ajudar as Mulheres com cancro da mama a darem cor à vida.

O diagnóstico de cancro da mama inevitavelmente transforma a vida de quem o recebe e respetiva família. Aquilo que queremos é ajudar a que essa transformação seja feita duma forma mais leve e positiva.

Temos como objetivo e projeto levar uma palavra positiva, uma nova forma de ver a vida, e ferramentas que possam ajudar cada uma das pessoas a enfrentar e a desafiar um diagnóstico que nos deixa muitas vezes sem forças e sem esperança.

MJ: Como descreveria a MdM em 3 palavras?

TR: Amor, entrega e solidariedade.

MJ: Há quanto tempo foi criada a MdM?

TR: O grupo MdM começou a trabalhar em fevereiro deste ano (2018). Foi um trabalho de análise, diagnóstico e definição de objetivos. Quisemos delinear muito bem o que nos propunhamos fazer e como. O trabalho no terreno diretamente com as Mulheres que enfrentam a doença iniciou-se no dia 13 de outubro com o nosso primeiro encontro de grupo.

MJ: Como fundadora, qual o seu maior desejo para a MdM?

TR: Ajudar estas Mulheres a atravessarem a doença com um sorriso no rosto e com a certeza de que podem escrever um novo capítulo das suas vidas com escolhas. Podem escolher como querem encarar a doença. É com esta consciência e decisão que acreditamos que a vida pode ficar melhor após o cancro.

MJ: O que a levou a criar a MdM?

TR: Aos 25 anos, o cancro invadiu o meu lar, a minha família. Foi diagnosticado ao meu pai um cancro grave nos intestinos.

O meu pai já era uma pessoa com graves problemas de saúde. Tinha problemas respiratórios muito graves o que tornava a cirurgia que ia fazer de alto risco. Foi um choque. Pensei que o meu pai ia morrer. Felizmente, e graças à sua força e grande vontade de viver, esteve connosco durante mais 10 anos.

Foram dez anos de grandes aprendizagens. Depois da morte do meu pai, em 2011, também eu sou confrontada com um cancro da mama. Tinha 37 anos. Tudo o que aprendi com o meu pai, o espírito combativo e vontade de vencer falaram mais alto.

Em poucos minutos, percebi que a minha vida ia, mais uma vez, mudar e que os hospitais passariam, novamente, a fazer parte da minha rotina (tal como tinha acontecido durante 10 anos, ao acompanhar o meu pai). De uma forma muito prática, disseram-me que os tempos que se iriam seguir iriam ser muito duros.

Em poucos segundos, a minha mente percorreu os 10 anos que vivi da doença do meu pai. Lembrei-me, do quanto foi difícil para mim, ver tanto sofrimento e apenas poder dar Amor. O quanto me senti impotente, tantas vezes. Lembrei-me o quanto foi difícil ver o meu filho crescer presenciando tamanhas dificuldades. E lembrei-me, de como o meu pai, tornou tudo isto tão simples, com a força brutal que tinha, a vontade imensa de viver e o sorriso nos lábios com que me presenteava de cada vez que recebíamos uma notícia mais complicada. Decidi, então, que só tinha um caminho. Lutar, ser feliz e fazer a minha família feliz. Sabia o quanto este caminho ia ser difícil para mim e para os meus. Tinha de o simplificar.

Neste meu percurso, fui-me apercebendo de quão importantes estavam a ser para mim as lições que recebi do meu pai para viver a doença duma forma positiva. Percebi que estas aprendizagens me tornaram uma privilegiada no combate à doença. Elas fizeram sem dúvida a diferença neste meu caminho.

Nasceu assim, dentro de mim, uma enorme vontade de partilhar a minha experiência com outras Mulheres que estavam a passar pelo mesmo, com o intuito de ajudar a aliviar o percurso de combate à doença, que pode ser tão doloroso.

É assim que nasce o grupo de apoio a Mulheres com cancro da mama, Melhor de Mim.

Decidi lançar um desafio ao grupo de Masters de Programação Neurolinguística para desenvolvermos este projeto. A ideia foi aceite de imediato e hoje temos o “Melhor de Mim”, um grupo de apoio, constituído por uma psicóloga e vários Masters e Trainers de PNL, com uma enorme vontade de ajudar as Mulheres que atravessam esta doença, a passarem por isto duma forma mais leve.

MJ: Que tipo de ajuda a MdM dá?

TR: O objetivo principal deste projeto consiste em ajudar mulheres através de dois tipos de intervenção:

  1. Reuniões de grupo mensais. O seu propósito é celebrar a vida, criar momentos agradáveis, de alegria, criando um espírito de grupo para que ninguém se sinta sozinho nesta travessia. Queremos apostar em testemunhos positivos, leves e inspiradores que permitam criar representações favoráveis nestas Mulheres. A partilha é uma das formas de enfrentar e desafiar, muitas vezes o que achamos que não tem solução, dando força a cada uma das participantes e uma nova forma de ver o problema.
  2. Sessões individuais de PNL, Medical Coaching e Psicologia para doentes e familiares. É fundamental uma atenção aos familiares e cuidadores que têm ao seu cuidado estes doentes, visto para além do sofrimento que têm, acrescer a necessidade de considerarem que têm de ser fortes para ajudar a doente. Também eles não foram preparados para este desafio

Esperamos com este projeto: 

  • Ajudar as pessoas a encarar a doença com mais força e com um prisma positivo
  • Levar o conforto e apoio a doentes, familiares e cuidadores
  • Promover a partilha e o apoio do grupo
  • Dotar o doente de ferramentas que o ajudem a enfrentar a doença

MJ: A quem se destina esta ajuda?

TR: A quem atravessou ou esteja a atravessar o cancro da mama e respetivos familiares e cuidadores.

Para além das doentes temos uma grande preocupação com os familiares, pois eles também recebem um diagnóstico que, sem pré-aviso e sem instruções, lhes muda a vida duma forma radical e repentina e querendo ajudar e dar o seu melhor, nem sempre sabem como o fazer.

MJ: Quais são os planos para 2019?

TR: Conseguir ajudar e apoiar todas as pessoas que nos procurarem.

MJ: Como podem os leitores contactar a MdM?

TR: Através da nossa página no facebook, Melhor de Mim

https://www.facebook.com/melhordemim.mdm/?ref=bookmarks

ou pelo email [email protected]

ou pelo telemóvel 963322573

MJ: O que diferencia a MdM de todas as outras ajudas disponíveis?

TR: Antes de falar das diferenças, penso ser importante referir as semelhanças que julgo estarem presentes em todas as ajudas disponíveis e que se baseiam na enorme vontade de apoiar e ajudar o próximo.

Nós, como profissionais de Programação Neurolinguística, propomo-nos fazê-lo com a ajuda das poderosas ferramentas de PNL. Essa, julgo ser a maior diferença.

MJ: Obrigada a toda a equipa da Melhor de Mim por fazer acontecer a mudança positiva em tantas vidas!


Maggie João – Medical Coaching

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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