Doença Reumática

Espondilite Anquilosante: os principais mitos

Atualizado: 
28/01/2020 - 15:38
Trata-se de uma doença inflamatória crónica que afeta sobretudo as articulações da coluna, conduzindo a uma mobilidade reduzida. Dor e rigidez estão entre os principais sintomas, no entanto, esta pode afetar outras partes do corpo, o que pode dificultar o seu diagnóstico. Neste artigo, esclarecemos os principais mitos associados a uma doença que se estima que afete cerca de 50 mil portugueses.

Mito 1: A Espondilite Anquilosante (EA) é uma doença rara.

Facto: A EA é muito mais comum do que se imagina. De acordo com os estudos de Elyse Rubenstein, reumatologista, a espondilite anquilosante afeta até 1,4 por cento da população. É, por isso, mais comum do que a esclerose múltipla, a fibrose cística ou a doença de Lou Gehrig combinadas, afirma a Associação de Espondilite Anquilosante dos Estados Unidos da América.

A espondilite anquilosante é a condição mais comum dentro de um grupo de várias doenças reumáticas chamadas espondiloartropatias, que causam problemas articulares crónicos.

Mito 2: A espondilite anquilosante é exclusivamente masculina.

Facto: Embora os homens jovens tenham duas a três vezes mais probabilidade de ser afetados por espondiloartropatias do que as mulheres da mesma idade, a espondilite anquilosante afeta ambos os sexos. Os sintomas da espondilite anquilosante nas mulheres podem torná-la mais difícil de diagnosticar. Algumas mulheres podem começar a ter sintomas no pescoço, em vez de na parte inferior das costas.

Mito 3: A espondilite anquilosante afeta apenas as costas.

Facto: A dor crónica nas costas é o sintoma que mais frequentemente conduz ao diagnóstico. No entanto, a espondilite anquilosante também pode afetar outras partes do corpo, incluindo a válvula aórtica do coração; os olhos, através de um processo inflamatório chamada uveíte; a pele, através da psoríase; as costelas; o sistema digestivo; e os rins.

Mito 4: O descanso é uma das melhores formas de combater a dor na espondilite anquilosante.

Facto: A atividade física é, realmente, uma das melhores coisas que o doente pode fazer para melhorar a sua condição. Um bom regime de exercícios e fisioterapia, como a ANEA oferece nos seus programas, ajuda a diminuir quer os sintomas quer a progressão da doença. De acordo com uma pesquisa publicada na edição de Março 2014 os Anais de Doenças Reumáticas, os doentes que seguem uma rotina de exercícios de força muscular postural, alongamento e exercícios respiratórios conseguem melhorar sua qualidade de vida e diminuir o stresse emocional e a fadiga associada a espondilite anquilosante.

Mito 5: Não deve tomar medicamentos anti-inflamatórios não esteróides ou AINEs, se tem espondilite anquilosante.

Facto: Algumas pessoas hesitam em tomar AINEs para a espondilite anquilosante por causa dos efeitos secundários ao longo do tempo. No entanto, os AINE são realmente o analgésico mais comum prescrito pelos médicos para as pessoas nos estágios iniciais da doença. Quando são utilizados sob supervisão de um médico podem minimizar o risco de efeitos secundários e colaterais.

Mito 6: A Espondilite Anquilosante resulta sempre na calcificação total da coluna.

Facto: A fusão total da coluna só ocorre em estágios tardios da doença. Para algumas pessoas, a doença não chega ao ponto mais extremo. Seguindo o plano de tratamento, que deve incluir tanto exercício e medicação, pode ter um prognóstico mais optimista.

Mito 7: A espondilite anquilosante é sempre diagnosticada pela dor nas costas.

Facto: A espondilite anquilosante pode afetar outras partes do corpo e o diagnóstico pode realmente vir de um outro problema identificado pelos médicos.

Autor: 
Sofia Esteves dos Santos
Fonte: 
Associação Nacional de Espondilite Anquilosante
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
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