Insulinodependentes

Diabetes tipo 1

Atualizado: 
07/03/2018 - 15:12
Devidamente tratada, a diabetes não impede o doente de ter uma vida perfeitamente normal e autónoma. Contudo, é fundamental que o diabético se ajude a si mesmo, auto controlando a sua doença.
Diabetes

A diabetes é uma doença crónica que se caracteriza pelo aumento dos níveis de açúcar (glicose) no sangue e pela incapacidade do organismo em transformar toda a glicose proveniente dos alimentos. À quantidade de glicose no sangue chama-se glicemia e quando esta aumenta diz-se que o doente está com hiperglicemia.

É uma doença em crescimento, que atinge cada vez mais pessoas em todo o mundo e em idades mais jovens. De acordo com os dados do Relatório Anual do Observatório Nacional da Diabetes 2012 estima-se que em Portugal existam 991 mil portugueses com diabetes, embora só 56% estejam diagnosticados. A doença afectava, em 2011 mais de 3000 jovens até os 19 anos com diabetes tipo 1, manifestando uma ligeira tendência de crescimento desde 2002.

Existem diferentes tipos de diabetes - diabetes tipo 2 (diabetes não insulinodependente), diabetes tipo 1 (diabetes insulinodependente) e a diabetes gestacional. É sobre a diabete tipo 1 que agora nos centramos.

A diabetes tipo 1 é mais rara e designa-se também por diabetes insulinodependente. Isto porque o pâncreas produz insulina em quantidade insuficiente ou em qualidade deficiente ou ambas as situações. Como resultado, as células do organismo não conseguem absorver, do sangue, o açúcar necessário, ainda que o seu nível se mantenha elevado e seja expelido para a urina.

Contrariamente à diabetes tipo 2, a diabetes tipo 1 aparece com maior frequência nas crianças e nos jovens, podendo também aparecer em adultos e até em idosos. Não está directamente relacionada, como no caso da diabetes tipo 2, com hábitos de vida ou de alimentação errados, mas sim com a manifesta falta de insulina. Os doentes necessitam de uma terapêutica com insulina para toda a vida, porque o pâncreas deixa de a produzir, devendo ser acompanhados em permanência pelo médico e outros profissionais de saúde.

Os doentes podem ter uma vida saudável, plena e sem grandes limitações, bastando que façam o tratamento prescrito pelo médico correctamente. O objectivo do tratamento é manter o açúcar (glicose) no sangue o mais próximo possível dos valores considerados normais (bom controlo da diabetes) para que se sintam bem e sem nenhum sintoma da doença.

Serve ainda para prevenir o desenvolvimento das manifestações tardias da doença e ainda para diminuir o risco das descompensações agudas, nomeadamente da hiperglicemia e da cetoacidose (acidez do sangue).

Este tratamento, que deve ser acompanhado obrigatoriamente pelo médico de família, engloba três vertentes fundamentais: adopção de uma dieta alimentar adequada, prática regular de exercício físico e o uso da insulina.

Um bom controlo da doença significa que os níveis de açúcar no sangue se encontram dentro dos parâmetros definidos pelos especialistas. É o médico que, de acordo com factores como a idade, tipo de vida, actividade e existência de outras doenças, define quais os valores de glicemia que o doente deve ter em jejum e depois das refeições.

O doente deve diariamente analisar-se e vigiar-se a si próprio, quer através do seguimento da alimentação correcta e da prática de exercício, quer da realização de testes de glicemia capilar (picada no dedo) diariamente e várias vezes ao dia. São esses testes que permitem saber se o açúcar no sangue está elevado, baixo ou normal e que, posteriormente, lhe permitem o ajustamento de todo o tratamento.

O tratamento da diabetes tipo 1 é feito com insulina. A insulina é uma hormonal hipoglicemiante segregada pelas células beta dos ilhéus de Langerhans do pâncreas, que é usada no tratamento dos doentes diabéticos. Pode ser obtida a partir do pâncreas do porco ou feita quimicamente e de forma idêntica à insulina humana através do uso de tecnologia do ADN recombinante ou da modificação química da insulina do porco.

Em Portugal só é comercializada insulina igual à insulina humana, produzida com recurso a técnicas de engenharia genética, sendo as reacções alérgicas muito raras em virtude da sua grande pureza. No mercado estão disponíveis diversas concentrações de insulina.

O tratamento com insulina é feito através de injecção na gordura por baixo da pele ou através da utilização da bomba de perfusão subcutânea de insulina. A insulina pode ser injectada na região abdominal, nas coxas, nos braços e nas nádegas. A parede abdominal é o local de eleição para uma mais breve absorção da insulina de acção rápida. Deve ser usada para as injecções realizadas durante o dia. A coxa utiliza-se preferencialmente para as injecções de insulina de acção intermédia, sendo a região das nádegas uma boa alternativa. Deve proceder-se à rotação dos locais onde se administra a injecção, de forma a evitar a formação de nódulos, porque estes podem interferir na absorção da insulina.

Os frascos de insulina, as cargas instaladas nas canetas e as seringas pré-cheias descartáveis em uso devem ser conservados à temperatura ambiente, mas afastados da luz solar directa e de locais como a televisão e o porta-luvas do carro.

Fonte: 
Portal da Saúde
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
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