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Cataratas: sintomas, tratamento e prevenção

Atualizado: 
18/11/2019 - 11:57
Catarata resulta de uma diminuição da transparência do cristalino, com degradação da sua qualidade óptica.
Cirurgia ao olho para tratar cataratas

Pode ser considerada como decorrente do envelhecimento (catarata senil – a mais frequente) mas, também pode resultar de um traumatismo ou de doenças e situações com perturbação do equilíbrio metabólico do cristalino surgindo, nestes casos, mais precocemente.

O seu tratamento é cirúrgico, geralmente substituindo-se o cristalino por uma lente intraocular.

O impacto da catarata na qualidade de vida deve ser avaliado através da diminuição da acuidade visual, conjugada com a autonomia funcional da pessoa. Alguns doentes, melhor que outros, podem adaptar-se à deficiência visual sem notar o declínio funcional.

Qualquer zona do cristalino pode perder a transparência e alterar o seu índice refractivo mas, em termos funcionais, são particularmente importantes as cataratas com localização central.

A história dos diversos tipos de catarata é variável e está relacionada com múltiplos factores, além do simples envelhecimento: doenças intercorrentes como a diabetes; traumatismos; situações de natureza ambiental, etc.

O tratamento (cirúrgico) da catarata tem, na generalidade, um prognóstico muito bom e permite recuperar a autonomia e a qualidade de vida.

Epidemiologia

A catarata continua a ser uma das principais causas de cegueira curável no mundo.

Em Portugal, vários estudos permitem estimar que, cerca de 170.000 pessoas, sofrem de catarata, sendo que, 6 em cada 10, com mais de 60 anos, apresentam sinais desta doença.

Factores de Risco

Vários factores de risco têm vindo a ser relacionados com o desenvolvimento da catarata, sendo os mais frequentes: a diabetes, os traumatismos, o tabagismo, história de exposição prolongada aos raios ultravioletas e uso de medicamentos corticosteróides.

Anamnese

História pessoal

Diminuição progressiva da visão, embora utilizando a correcção óptica adequada.

Existência de doenças intercorrentes, utilização de corticosteróides, traumatismos craniofaciais, hábitos tabágicos e actividade profissional, nomeadamente com exposição às radiações UV e luz intensa.

História familiar

História de cataratas e a idade do seu aparecimento, correlacionadas com a existência de doenças familiares e actividades de risco.

Sinais e Sintomas, Avaliação

  • Visão turva com diminuição progressiva da acuidade visual
    A acuidade visual deverá ser avaliada com tabelas de optótipos, em monocularidade, para longe e para perto, sem correcção óptica e com correcção óptica. A melhoria da acuidade visual com a utilização de “buraco estenopeico” faz supor a possibilidade de melhorar a visão através de correcção óptica (óculos ou lentes de contacto).
  • Alguns doentes com catarata podem ainda referir alteração da visão das cores e diplopia monocular (visão dupla de um só olho).

Prevenção

Doentes com diabetes e doentes medicados com corticosteróides, devem ser informados acerca dos riscos acrescidos de aparecimento de cataratas.

A exposição prolongada à radiação ultravioleta tem vindo a ser associada ao aparecimento precoce de catarata. A protecção UV é de recomendar, sobretudo às pessoas que tenham uma actividade prolongada no exterior. Vários estudos demonstram uma ligação entre os hábitos tabágicos e o aparecimento precoce da catarata.

Tratamento

O tratamento da catarata é cirúrgico e deve ser equacionado de acordo com os riscos e a situação do doente.

Actualmente, em grande percentagem dos casos, a cirurgia é feita em regime ambulatório e sem anestesia geral, o que significa um muito curto período de permanência no hospital (menos de 1 dia). A recuperação pós-operatória é também rápida.

Contudo, tratando-se de uma cirurgia, há sempre que equacionar possíveis riscos, embora sejam raros.

A cirurgia consiste na substituição do cristalino (mantendo-se apenas parte da sua cápsula), por uma lente intra-ocular.

Depois da cirurgia, são habitualmente receitados óculos, sobretudo para corrigir a visão de perto (a lente artificial introduzida durante a cirurgia retira qualquer capacidade ainda existente de adaptação da visão para distâncias diferentes. Algumas lentes intra-oculares mais modernas, já prevêem a possibilidade de uma utilização para longe e para perto, mas a sua utilização não é consensual). Óculos para longe também podem vir a ser necessários, mas há geralmente uma melhoria significativa da visão ao longe.

Num segundo tempo, após a cirurgia, pode ser necessário tratamento com Laser de Yag, fundamentalmente para resolver a opacificação secundária da cápsula.

Referenciação

Os doentes com função visual reduzida e degradação da sua autonomia devem ser orientados, atempadamente, para a oftalmologia, de forma a poder ser realizada uma completa avaliação e traçada a orientação terapêutica.

Deve ser dada informação ao doente sobre o processo e o desenvolvimento da catarata, os objectivos do seu tratamento cirúrgico e os benefícios relativos.

O doente deve colaborar no desenvolvimento do plano terapêutico adequado.

Princípios orientadores para indicação cirúrgica de catarata

  • Quando interfere com as actividades quotidianas do doente;
  • Quando interfere com a vigilância ou tratamento de doença visual;
  • Uma visão binocular inferior a 5/10;
  • Uma Acuidade Visual unilateral igual ou inferior a 3/10.

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Fonte: 
DGS
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
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