Dificuldade em engravidar

Alimentação e excesso de peso podem afetar a fertilidade

Atualizado: 
07/12/2018 - 18:08
Alimentação e obesidade são apontadas como fatores que condicionam a fertilidade, tanto no homem como na mulher.

Atualmente são cada vez mais as mulheres que engravidam mais tarde. Umas por opção, outras por imposição. A verdade é que os estilos de vida, tão diferentes de gerações passadas, têm vindo a condicionar possibilidade de ter um filho.

No entanto, os especialistas alertam para o facto de a fertilidade diminuir com o aumento da idade. Sabe-se que, por exemplo, nas mulheres ela cai drasticamente depois dos 35 anos de idade.

A infertilidade, definida como a ausência de gravidez após um ano de tentativas, tem múltiplas causas. Sendo, na maioria dos casos, reversível.

E é aqui que entram em cena alguns fatores de risco como o stress, obesidade e alimentação.

Estima-se que, em Portugal, mais de metade dos homens e mulheres acima dos 20 anos têm excesso de peso. De acordo com a revista científica “The Lancet” este é um problema que têm vindo a afetar os jovens cada vez mais cedo, uma vez que os dados disponíveis mostram que mais de um quarto dos jovens com menos de 20 anos apresentam peso a mais.

Com a acumulação excessiva de gordura, dá-se, como consequência, o aumento do tecido adiposo, responsável pela reserva de estrogénios (hormona feminina).

Com o aumento deste tecido aumenta também a quantidade de hormonas no organismo.

No homem, a elevada concentração de estrogénios condiciona a produção de espermatozóides.

Já nas mulheres, o excesso desta hormona provoca desequilíbrios no organismo, dificultando o processo de ovulação.

Quanto à alimentação, os especialistas alertam para o consumo de carne com muitas dioxinas, contribuindo para a inibição na produção de espermatozóides, por exemplo.

É que o efeito da alimentação na fertilidade está cada vez mais explícito. Não quer isto dizer que ela possa operar milagres. No entanto, está provado que uma dieta equilibrada é responsável pelo equilíbrio do nosso organismo, que quanto mais saudável estiver melhor irá desempenhar as suas funções.

Em matéria de fertilidade, o zinco é um dos nutrientes mais importantes, estando presente, em grande quantidade, no esperma. Sendo responsável pelo aumento da produção de espermatozóides, pode-se encontrar na carne de vaca e feijão, por exemplo.

Ostras, frutos secos, gemas de ovo, centeio ou aveia são também alimentos ricos neste nutriente.

Vitaminas como B6, A, E e C, e minerais como selénio desempenham, também, um papel importante nesta questão.

A vitamina B6 que, em conjunto com o zinco ajuda a produzir níveis adequados de hormonas, pode ser encontrada nos brócolos, agrião, couve-flor, banana, peixe, soja e aveia.

A vitamina E está presente no trigo, nos cereais integrais, nozes, abacate, feijão e batata-doce, por exemplo.

Cenoura, mamão, brócolos e abóbora são ricos em vitamina A.

A vitamina C, responsável pelo aumento da imunidade, encontra-se sobretudo em frutas como a laranja, limão e kiwi ou em vegetais verdes, pimentos e tomates.

O selénio está presente nos cereais integrais, ovo e peixe.

No capítulo dos alimentos a evitar encontram-se os produtos processados e com conservantes. A cafeína e teína, presentes em algumas bebidas, também não são recomendadas.

Autor: 
Sofia Esteves dos Santos
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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