As doenças cardiovasculares [1] estão associadas a vários fatores de risco. A doença periodontal é um deles.
Estudos recentes comprovam esta relação justificando-a com o facto de que as proteínas inflamatórias e as bactérias, presentes no tecido periodontal, penetram na corrente sanguínea provocando alterações a nível do sistema cardiovascular.
Esta conclusão foi retirada de uma pesquisa que envolveu mais de 650 participantes, e de onde foi possível observar a relação entre a presença de bactérias, que causa periodontite [2], e o espessamento da parede dos vasos sanguíneos observado em doenças cardíacas.
Os pesquisadores demonstraram ainda que os indivíduos com doença periodontal têm o dobro de probabilidades de sofrer de doenças cardíacas, do que os indivíduos sem doença periodontal.
Por outro lado, a passagem frequente de algumas bactérias orais para o sangue pode, ainda, permitir a acumulação das mesmas na parede do coração, levando ao desenvolvimento de um quadro de infeção, conhecido por endocardite. A endocardite não acontece em corações saudáveis e desenvolve-se quando germes entram na corrente sanguínea, viajam até o coração (normalmente com alguma condição de saúde pré-existente) e se ligam às suas válvulas ou tecido. Na maior parte dos casos a infecção é causada por uma bactéria, mas fungos ou outros microrganismos também podem levar ao desenvolvimento da doença.
Deste modo, o tratamento periodontal de pacientes com cardiopatias é de fundamental importância.
De acordo com a Academia Americana de Periodontia, o tratamento da periodontite pode prevenir o desenvolvimento e progressão de arteriosclerose.
Antigamente conhecida como piorreia, a doença periodontal corresponde a uma inflamação e/ou infeção dos ligamentos e ossos que dão suporte aos dentes.
A periodontite acontece quando a gengivite (inflamação e infecção das gengivas) não é tratada ou quando o seu tratamento é adiado. Os quadros infecciosos e inflamatórios passam das gengivas para os ligamentos e ossos que dão suporte aos dentes. A perda deste suporte faz com que os dentes fiquem soltos e acabem por cair, fazendo da doença periodontal a principal causa de perda de dentes nos adultos.
A boa higiene oral [7] é, deste modo, a melhor forma de prevenção da periodontite. Ela deve incluir a escovagem e o uso de fio dentário diariamente, para além de limpezas profissionais regulares dos dentes.
A prevenção e o tratamento da gengivite reduzem, também, o risco de desenvolvimento da doença periodontal.
Ligações
[1] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/doenca-cardiovascular
[2] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/periodontite
[3] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/gengivite
[4] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/doenca-periodontal-e-diabetes-qual-relacao
[5] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/saude-oral-na-gravidez
[6] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/menopausa
[7] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/bons-habitos-de-higiene-oral-indispensaveis-no-combate-periodontite
[8] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/o-que-sao-doencas-das-gengivas
[9] https://www.atlasdasaude.pt/artigos/doenca-das-gengivas-doenca-silenciosa-que-e-facil-de-prevenir
[10] https://www.atlasdasaude.pt/fatores-de-risco-doenca-coronaria
[11] https://www.atlasdasaude.pt/foto/shutterstock
[12] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/saude-oral
[13] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/sistema-cardiovascular
[14] https://www.atlasdasaude.pt/autores/sofia-esteves-dos-santos