Visto que a úvea é formada por várias partes - íris, corpo ciliar e coróide , é possível distinguir vários tipos de uveítes.
Na uveíte anterior, a inflamação afecta a íris, denominando-se irite, e também, ocasionalmente, o corpo ciliar, designando-se ciclite. O problema pode ser originado por traumatismos oculares [1], corpos estranhos que penetrem rio olho, patologias do cristalino, processos infecciosos locais ou gerais (sarampo [2], varicela [3], rubéola [4], gonorreia [5], tuberculose [6], sífilis [7], etc.), patologias reumáticas ou problemas alérgicos, existindo uma elevada proporção de casos de origem desconhecida.
Dado que a uveíte posterior afecta a coróide, o problema costuma designar-se coroidite e, nos casos em que a inflamação se estende à retina, são denominados coriorretinite. Embora a origem do problema seja, na maioria dos casos, desconhecida, por vezes, pode estar relacionada com doenças parasitárias, como a toxoplasmose.
Manifestações
A uveíte anterior manifesta-se tipicamente através de uma alteração da cor da íris, que adopta uma tonalidade mais cinzenta, e uma contracção persistente da pupila, que ocasionalmente manifesta uma forma irregular, associada à vermelhidão do olho, dor [8], lacrimejar, intolerância à luz (fotofobia) e diminuição da acuidade visual. Embora a doença costume ter uma evolução aguda e desapareça ao fim de poucos dias ou semanas, em alguns casos, pode adoptar uma evolução crónica e persistir durante meses, ao longo dos quais o problema pode complicar-se e desenvolver uma reacção cicatricial que deforme a íris e altere a normal circulação e drenagem do humor aquoso, originando um perigoso glaucoma secundário. Caso a inflamação se estenda ao cristalino, podem formar-se opacidades, ou seja, cataratas que alteram a visão [9].
A uveíte posterior, sobretudo quando o problema se estende à retina, caracteriza-se pelo desenvolvimento de alterações da vista, tais como visão manchada, distorção do tamanho e forma dos objectos, surgimento de pontos escuros que se movem no campo visual ("moscas voadoras") e incómodo devido à luz. O problema pode ter, igualmente, uma evolução aguda, curada ao fim de alguns dias, ou uma evolução crónica, com meses de duração, existindo o perigo de surgirem complicações como o descolamento da retina, cataratas [10], glaucoma [11] secundário ou, o que ainda é mais perigoso, cicatrizações na retina que provoquem uma perda de visão permanente e irreversível.
Tratamento
O tratamento da uveíte anterior passa por repouso absoluto do olho, pela aplicação de colírios que mantenham a pupila dilatada (midriáticos) e limitem a mobilidade do músculo ciliar (cicloplégicos) e a administração de analgésicos para a dor. Caso se determine a origem do problema, deve-se adoptar as medidas adequadas para proceder ao seu tratamento, ou seja, antibióticos [12] em caso de infecção bacteriana, anti-inflamatórios do tipo corticóides para uma inflamação e anti-histamínicos para uma reacção alérgica, entre outros.
O tratamento da uveíte posterior consiste na utilização de corticóides [13], muitas vezes em doses elevadas e administrados por via sistémica, sobretudo para atenuar a inflamação da retina e prevenir a formação de cicatrizes, associada ao tratamento do factor causador, se detectado, mediante o recurso a medicamentos antiparasitários, em caso de toxoplasmose.
Ligações
[1] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/traumatismo-ocular
[2] http://www.atlasdasaude.pt/content/sarampo
[3] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/varicela-0
[4] http://www.atlasdasaude.pt/content/rubeola-0
[5] http://www.atlasdasaude.pt/content/blenorragia
[6] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/tuberculose
[7] http://www.atlasdasaude.pt/content/sifilis
[8] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/dor
[9] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/visao
[10] http://www.atlasdasaude.pt/content/catarata
[11] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/glaucoma
[12] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/antibioticos
[13] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/corticoides
[14] https://www.atlasdasaude.pt/fonte/medipediapt
[15] https://www.atlasdasaude.pt/foto/shutterstock
[16] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/sistema-sensorial