A diabetes é, assim, uma das principais causas de cegueira, insuficiência renal, ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais e amputações de membros inferiores.
O número de pessoas, em todo o mundo, com diabetes aumentou de 108 milhões em 1980 para 422 milhões em 2014, sendo que 1.5 milhões de mortes são diretamente atribuídas à diabetes todos os anos. Entre 2000 e 2019, houve um aumento de 3% nas taxas de mortalidade por diabetes por idade (dados da OMS).
Em 2021, havia 529 milhões de pessoas de todas as idades, em todo o mundo, a viver com diabetes e estima-se que, entre 2021 e 2050, a prevalência global de diabetes aumente em 59,7%, de 6,1% para 9,8% resultando em 1 310 milhões de pessoas a viver com diabetes. (Fonte: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(23)01301-6 [1])
A diabetes representa um fardo substancial para os sistemas de saúde, com estimativas da Federação Internacional de Diabetes (IDF) indicando que 537 milhões de pessoas em todo o mundo tinham diabetes em 2021, resultando em despesas de saúde de 966 mil milhões de dólares a nível mundial, prevendo-se que atinjam mais de 1.054 mil milhões de dólares até 2045.
Em Portugal, no último ano (2022) foram registados 79 241 novos casos de Diabetes, estando inscritas nos centros de saúde 879 853 pessoas com diagnóstico da doença.
Nos Cuidados de Saúde Primários (CSP), os dados de 2021 demonstravam já um aumento dos novos casos identificados. Estavam registadas no SNS cerca de 857 272 pessoas com diabetes, das quais 74 396 eram novos diagnósticos. Apesar disso, atendendo às estimativas da Federação Internacional de Diabetes, este número poderá apontar para a existência de pessoas por diagnosticar, pelo que o Programa Nacional para a Diabetes (PND) mantém como prioridade a promoção do diagnóstico precoce através avaliação do cálculo de risco de desenvolver diabetes tipo 2.
De acordo com o mais recente relatório do PND, a diabetes foi a causa de 3,3% do total de mortes em Portugal registadas em 2020. Um valor que tem vindo a decrescer desde 2016, ano em que alcançou 3,9%. Cerca de 66% das mortes por diabetes ocorreram em pessoas com idade igual ou superior a 80 anos.
A Diabetes custou 418 milhões de euros em 2021 em encargos com antidiabéticos não insulínicos e insulinas, mantendo-se uma evolução crescente em relação a anos anteriores.
Segundo a Direção Geral de Saúde (DGS), na sua Norma emitida em 14-01-2011, a classificação da diabetes estabelece a existência de quatro tipos clínicos, etiologicamente distintos:
A diabetes tipo 1, anteriormente conhecida como diabetes juvenil ou diabetes dependente de insulina, é uma condição crónica na qual o pâncreas não tem capacidade de produzir insulina ou a produz em quantidades insuficientes.
No entanto, o tipo clínico mais comum é a diabetes tipo 2, cujo diagnóstico ocorre, geralmente, na idade adulta (depois dos 30 anos), quando o organismo se torna resistente à insulina (mesmo na presença de quantidades elevadas a insulina não consegue exercer a sua ação) ou deixa de ter capacidade de a produzir.
Baseada na sua pesquisa para este artigo, Maria João Silva, docente da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, refere que, “embora a diabetes tipo 2 seja a mais prevalente, com cerca de 90% dos casos de diabetes, há formas de prevenir ou retardar o seu aparecimento, bem como evitar ou adiar as suas consequências mais lesivas, através de:
Uma forma simples é pensar no seu “ABC”:
De uma forma geral pode considerar-se teores ideais:
Ligações
[1] https://doi.org/10.1016/S0140-6736(23)01301-6
[2] https://www.uptodate.com/contents/the-abcs-of-diabetes-the-basics
[3] https://www.atlasdasaude.pt/fonte/faculdade-de-farmacia-da-universidade-de-lisboa
[4] https://www.atlasdasaude.pt/foto/freepik
[5] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/artigos-complementares
[6] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/diabetes