Esta vitamina é um micronutriente que provém de várias fontes. Um grupo, chamado retinóides, é obtido em alimentos de origem animal (leite humano, fígado, gema de ovo, entre outros) e inclui o retinol. O outro grupo, chamado de carotenóides (provitamina A), provém de fontes de origem vegetal (vegetais verdes e amarelos, frutas amarelo-alaranjadas, óleos e frutas oleaginosas) e inclui o betacaroteno. O corpo humano converte o betacaroteno em vitamina A. Os principais carotenóides, têm propriedades biológicas importantes, incluindo atividades antioxidantes e fotoprotetoras.
O défice de vitamina A pode manifestar-se como deficiência subclínica ou como deficiência clínica, sendo mais frequente nos países subdesenvolvidos. Carateriza-se por sintomas diversos, tais como diarreia, cegueira noturna, olhos secos e problemas da pele e mucosas, entre outros.
São vários os benefícios conhecidos da vitamina A e dos seus derivados para a pele. Entre os principais, destacam-se:
Existem 3 formas de vitamina A (retinol, retinal e ácido retinóico) que coletivamente são conhecidas como retinóides. A forma “ativa” da vitamina A na pele reconhecida e utilizada pelos receptores é o ácido retinóico, também conhecido como tretinoína. O ácido retinóico (tretinoína) é conhecido por regular o crescimento e a diferenciação dos queratinócitos da pele, responsáveis pela sua estrutura e função de barreira. Embora seja reconhecida a sua eficácia na redução do fotoenvelhecimento, hiperpigmentações, linhas finas e rugas, esta forma específica de vitamina A também é muito irritante e com potenciais efeitos teratogénicos. Por essas razões, é proibida a utilização do ácido retinóico/tretinoína em cosméticos, sendo o seu uso reservado apenas para produtos sujeitos a prescrição médica.
Os tipos de vitamina A encontrados em cosméticos são:
Os efeitos laterais associados ao uso da vitamina A podem ser vários, incluindo a irritação cutânea, secura e fotossensibilidade. Sendo assim, os cosméticos com vitamina A devem ser usados com precaução em peles sensíveis ou reativas, e evitados em peles com hipersensibilidade ou alergia a este componente, assim como em peles de bebés ou crianças. Devem ser também evitados em mulheres grávidas, a realizar tratamentos de fertilidade ou a amamentar, já que existem outras alternativas no mercado mais seguras para estes casos. Por último, estes produtos são desaconselhados em indivíduos com infeções ativas na pele ou reações inflamatórias não esclarecidas.
O retinol e derivados não devem usados em conjunto com as seguintes substâncias:
O uso de vitamina A ou derivados deve ser iniciado de forma pausada e progressiva. O primeiro passo deve ser sempre a limpeza da pele com um produto apropriado e não agressivo. Em segundo lugar, deve-se priorizar sempre a hidratação cutânea prévia (por exemplo com um sérum de ácido hialurónico), com vista a diminuir o risco de irritação cutânea posterior. A mesma hidratação pode também ser reaplicada após o retinol, se o paciente sentir necessidade. Em terceiro lugar, é aconselhado optar inicialmente por formulações mais suaves e com uma menor concentração de retinol ou derivados, para uma adaptação progressiva da pele. A dose inicial deve ser mais ou menos do tamanho de uma ervilha para toda a face, sendo aplicado de três em três dias na primeira semana. Se houver boa tolerância da pele, pode ser aumentada a aplicação para dias alternados nas semanas seguintes, antes de passar para um esquema de uso diária. Por último e, acima de tudo, o paciente deve ter calma e ponderação neste processo, percebendo que como diz o ditado “a pressa é inimiga da perfeição”.
São inúmeras as alternativas atualmente disponíveis no mercado, com variadas formulações e valores. Enumero de seguida alguns dos 10 produtos mais interessantes que tive a oportunidade de experimentar, sem ordem de preferência:
Autor:
André P. Lourenço
Especialista em Medicina Geral e Familiar
Pós-graduado em Medicina Estética - UFP
Pós-graduado em Geriatria - FMUP
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