Mais frequente entre o sexo masculino, estima-se que todos os anos sejam diagnosticados cerca de 2 mil novos casos de cancro na bexiga. Apesar de as suas causas não estarem completamente esclarecidas, sabe-se que existem alguns fatores que predispõem o seu desenvolvimento, como é o caso do tabagismo. Segundo a oncologista, Joana Febra, “os fumadores apresentam 3 vezes mais probabilidade de vir a desenvolver cancro da bexiga”. Além do tabaco, acrescenta, “a idade também parece estar relacionada, com aumento do aparecimento da doença em idades superiores a 65 anos (em 70% dos casos), assim como o sexo masculino (3 a 4 vezes mais frequente do que no sexo feminino), a raça caucasiana (2 vezes mais frequente do que na raça negra) e a exposição a agentes químicos (como tintas, borracha, petróleo)”.
Por outro lado, há outros fatores a ter em conta como a história familiar/genética de cancro da bexiga, história de infeções crónicas da bexiga, alterações congénitas, assim como radioterapia prévia com atingimento pélvico.
O cancro da Bexiga pode ser classificado quanto à “profundidade da invasão tumoral”:
No que diz respeito à classificação anatomopatológica dos tumores de bexiga, esta tem em conta o tipo de células que dão origem ao tumor:
“Além disso, de acordo com o aspeto das células, existem três graus de malignidade, que indicam a rapidez com que o tumor pode crescer e espalhar-se: Baixo Grau; Grau Intermédio; e Alto Grau (são os mais agressivos e invasivos)”, explica a especialista em Oncologia Médica.
Embora a neoplasia da bexiga possa ter sintomas semelhantes a outras doenças, como por exemplo uma infeção, existem alguns sinais de alerta que nunca deve descurar:
Para além destes, podem aparecer sintomas mais gerais como dor lombar, dor abdominal ou perda de peso inexplicável.
De acordo com a oncologista, “o cancro da bexiga pode ter sintomas semelhantes a outras doenças”. Deste modo, o diagnóstico requer uma história clínica detalhada, exame físico completo e a realização de exames complementares de diagnóstico apropriados, tais como:
As opções terapêuticas disponíveis vão depender da fase em que o tumor se encontra quando diagnosticado:
“O prognóstico do cancro da bexiga é variável, com taxas de sobrevivência que diminuem substancialmente com a progressão do tumor para além da bexiga”, revela Joana Febra, indicando que “nos casos de doença em estadios iniciais, a sobrevida poderá alcançar os 96% aos 5 anos. No entanto, um de cada 10 casos de cancro da bexiga já se disseminou à altura do diagnóstico, sendo a sobrevivência apenas de 5-6% aos 5 anos”.
O cancro da bexiga, apesar de não ser uma doença rara, não é muito falado nem discutido. Não existem rastreios para este tipo de neoplasia, mas é muito importante estar alerta sobre os seus fatores de risco. O aparecimento de algum sinal de alerta deve levar o doente a consultar o médico assistente, para realização do exame físico completo, seguido de exames auxiliares e encaminhamento para a consulta de especialidade.
Ligações
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[2] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/tumores
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