“A doença periodontal é uma doença inflamatória de caracter crónico de origem multifatorial que causa alterações ao nível do espaço biológico. O espaço biológico representa a união dentogengival compreendida entre a base do sulco gengival e o ápice da crista óssea alveolar. Neste espaço estão incluídos o epitélio juncional e a inserção do tecido conjuntivo”, começa por explicar o especialista.
A causa mais frequente da doença periodontal é a acumulação da placa bacteriana na superfície das paredes dentárias acompanhada pela higiene oral deficiente e inadequada.
A gengivite e periodontite são as duas principais formas de doença periodontal.
“A doença periodontal pode ser tratada no estádio inicial de forma fácil e eficaz com destartarização, curetagem e alisamento radicular. O objetivo é a remoção da placa bacteriana e dos cálculos dentários, criando-se as condições favoráveis para a reparação e regeneração dos tecidos e o aumento da dificuldade e adesão da placa bacteriana à superfície dentária”, explica o dentista.
Nos casos de doença periodontal avançada ou grave “o tratamento inicial da infeção deve iniciar-se com destartarização, curetagem e alisamento radicular, com o objetivo de controlar a progressão da doença, seguindo-se os procedimentos cirúrgicos e terapêutica antibiótica. Recomenda-se a utilização de metronidazol associado à amoxicilina como tratamento sistémico da periodontite, quando existe resistência da flora oral às tetraciclinas”.
“A higiene oral é fundamental para a manutenção da saúde oral, sendo necessário a escovagem dentária após as refeições, uso do fio e dos escovilhões dentários para a limpeza dos espaços interdentários, raspador de lingual e, por vezes, em alguns casos, o uso regular de um irrigador oral. O uso de colutórios e elixires poderá ser importante para complementar os procedimentos de higiene oral, no entanto, o uso de antibióticos é raro senão mesmo dispensável”, revela o especialista.