O ser humano é naturalmente mau ou a sociedade o corrompe? Essa pergunta filosófica sempre esteve presente na sociedade, existem diversas hipóteses para responder a essa questão, no entanto, não se pode negar o papel da sociedade na moldagem de uma personalidade violenta.
Essa é a tese defendida pelo neurocientista, Fabiano de Abreu Agrela [1], no seu artigo “Não somos violentos, nossa mente que vive em constante conflito [2]” publicado pela Revista Multidisciplinar de Ciência Latina.
“Estamos em constante conflito mental, temos menos momentos de felicidade e mais momentos de preocupação. Nosso instinto está sempre a colocar-nos em alerta, trazendo memórias negativas que definem nosso posicionamento sobre a situação”.
“O nosso instinto para a sobrevivência tem mecanismos de fuga, ataque ou paralisia e a escolha de qual reação ocorrerá vai de acordo com a personalidade do indivíduo. Alguns partindo para ataques, sendo agressivos”. Afirma no estudo.
Os instintos, a violência e a sociedade
O nosso cérebro é alimentado por diversos instintos advindos da evolução que ficaram submetidos ao cérebro límbico, nossos instintos seguem a lei de causa e efeito ligando ações a reações sejam elas positivas ou negativas.
Esse sistema é altamente influenciado pelo contexto em que se vive, que pode influenciar de forma negativa ou positiva as nossas ações, estar exposto a situações de violência, perigo, tensão e etc., “ensina” o cérebro a lidar bem apenas com emoções negativas.
Por que as pessoas se acostumam e até sentem prazer em assistir notícias sensacionalistas ou trágicas? O cérebro se acostuma a ser influenciado pelo que está a consumir.
A sociedade atual estimula, em certo ponto, as ações violentas e quando estamos movidos pelos impulsos do cérebro límbico o nosso racional perde momentaneamente o controlo das nossas ações, gerando atos agressivos impulsivos.
A influência da sociedade na agressividade humana
A sociedade exerce um importante papel na formação cerebral humana, ela é a responsável por “moldar” o nosso cérebro para lidar com as situações da vida adulta.
Por exemplo, um bebé não nasce com o seu cérebro totalmente formado para enfrentar os desafios da vida adulta, eles vão se formando ao longo do crescimento e podem sim sofrer influência externa.
“Crianças e adolescentes submetidos a episódios de violência desligam involuntariamente partes do cérebro responsáveis pela memória, empatia e emoções. Assim, a capacidade de concentração e de processamento de novas informações fica comprometida, por isso, há tantos adolescentes na rua, usando drogas ilícitas e enfrentando pessoas violentamente”.
Há diversos fatores e diversas variáveis que influenciam nosso cérebro a ter a fisiopatologia da agressão entre eles, o ambiente externo e aspetos existenciais e evolutivos, nosso sistema límbico é o responsável pelos nossos impulsos motivacionais e pode nos levar a cometer atos de violência, no entanto, a sua ação pode ser mediada através da racionalidade.
Ligações
[1] https://www.instagram.com/fabianodeabreuoficial/
[2] https://ciencialatina.org/index.php/cienciala/article/view/2799
[3] https://www.atlasdasaude.pt/fonte/mf-press-global
[4] https://www.atlasdasaude.pt/foto/farmagente
[5] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/artigos-complementares