Citando a pedagoga Maíra Gomes, “Brincar é um processo. Brinquedo é um resultado. O que acontece é que o brinquedo, quase sempre, já vem com um manual de instruções feito por um adulto. O adulto projeta o brinquedo para que a criança lhe dê um determinado uso.” Desta forma, o brincar acaba por ser uma atividade de reprodução (daquilo que foi planeado pelo adulto) e não uma atividade de criação espontânea da criança. Não é por acaso que, frequentemente, observamos crianças que se entusiasmam mais com o papel de embrulho do que propriamente com o brinquedo que vem dentro. Um papel de embrulho, uma caixa de cartão ou um bocado de madeira podem rapidamente transformar-se num carrinho, numa casa, num boneco, numa nave, num animal ou qualquer outro tipo de coisa. Porquê? Porque são elementos que não vêm previamente formatados e dão à criança a possibilidade de os transformar naquilo que ela entender. Resumindo: dão-lhe a possibilidade de criar! É importante perceber que estimular a criatividade e incentivar o brincar, não significa ter que oferecer à criança uma quantidade enorme de brinquedos. Valorizar o brincar é diferente de oferecer todos os modelos e feitios de brinquedos. Se há coisa que uma criança faz naturalmente é criar brincadeiras e criar brinquedos por si própria. Basta dar-lhe diferentes materiais para confirmá-lo. Diferentes texturas como papel, madeira, borracha, madeira ou tecido têm tanto ou mais potencial para despertar a imaginação do que brinquedos já formatados e preparados para um fim muito específico e pré-concebido. Agora reflita:
Os brinquedos dos seus filhos:
Antes de escolher um brinquedo para oferecer, conheça as diferenças entre um brinquedo passivo e um brinquedo ativo. Descubra-as e faça uma escolha equilibrada!
Ex.: brinquedos tradicionais - legos, blocos de madeira, puzzles, jogos de peças, figuras de animais, jogos de tabuleiro, bolas, brinquedos sensoriais e com diferentes texturas.
Ex.: brinquedos digitais, jogos eletrónicos, robots, drones, brinquedos telecomandados, tablets.
Ter muitos brinquedos não é mau. Mas ter muitos brinquedos disponíveis de uma só vez, poderá provocar excesso de estímulos, sobrecarga do sistema sensorial e superexcitação. A criança tende a dispersar-se na quantidade de brinquedos, alternando entre um e outro sem explorar todo o potencial que cada brinquedo, individualmente, tem para oferecer. Demasiados brinquedos de uma só vez causam distração e reduzem a qualidade do brincar. Por outro lado, se houver uma quantidade menor de brinquedos à disposição, a criança tem oportunidade de os explorar devidamente e com eles criar um tempo de brincadeira muito mais enriquecedor. Neste caso, menos é mais! Experimente e veja os resultados: estabeleça um sistema de rotatividade dos brinquedos. Todas as semanas ponha à disposição da criança um conjunto selecionado de brinquedos. Na semana seguinte selecione um novo conjunto, e assim sucessivamente. Dependendo da idade da criança, a seleção pode e deve ser feita com a participação da mesma.
Se o seu filho tem um brinquedo favorito, é sinal que teve oportunidade para estabelecer ligação com ele, perceber-lhe as características, dedicar-lhe tempo e criar diferentes brincadeiras com ele.
Agora pergunto-lhe: qual era o seu brinquedo favorito? Partilhe com os seus filhos a história dos seus brinquedos e as brincadeiras que criou com eles. Se ainda guarda algum, mostre-o aos seus filhos. Pode ser que um dos seus velhos brinquedos ainda consiga uma segunda vida nas mãos e na imaginação dos seus filhos!
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