Das horas que passamos ao computador, e da postura incorreta promovida, por exemplo, por um computador portátil, à utilização excessiva de dispositivos móveis, passando pelo ritmo de vida acelerado e até pelo multi-tasking. De acordo com um estudo muito recente realizado a 2 mil trabalhadores ingleses pela British Heart Foundation e pelo grupo Get Britain Standing, cerca de 40% das pessoas ficam em pé menos de 30 minutos por dia, no seu período laboral, evitando sair da secretária para almoçar, chegando mesmo a adiar idas à casa. Esta realidade é cada vez mais transversal, e sendo Portugal um país onde o número de horas laborais ultrapassa a média Europeia (41 horas por semana versus 28), é provável que os números sejam pelo menos iguais, senão piores.
A conduzir, nos transportes, à secretária no escritório ou no sofá. Os cenários mudam, o ato é o mesmo - estar sentado. Faça as contas, quantas horas por dia passa sentado? Os números surpreendem e os problemas que pode causar são reais: Desconforto, dormência, desalinhamento da coluna, lesões nas articulações e má circulação sanguínea são apenas algumas das consequências, a longo prazo, de períodos prolongados em posição sentada, estática, pouco natural para o corpo humano. O nosso corpo não está preparado para ser sedentário. Estar sentado implica uma distorção da curva natural da coluna, pela nova distribuição de peso que é imputada ao corpo humano, habituado a sustentar-se em pé. Essa razão leva a que novos músculos tenham que realizar esse trabalho, para que nos mantenhamos com o tronco levantado e contra a gravidade. E o preço a pagar é altíssimo. A inatividade do local de trabalho e o número de horas que passamos sentados compromete seriamente a nossa saúde e é preciso encontrar alternativas para nos levantarmos ou pagaremos por isso num curto espaço de tempo.
Em Portugal, só a taxa de absentismo e as reformas antecipadas provocadas pela dor crónica nas costas e articulações representa uma despesa indireta de quase 740 milhões de euros anuais, de acordo com uma investigação desenvolvida, em 2012, pela Universidade Católica.
1.Sente-se bem: Posicione os seus joelhos num ângulo de 90ºC e mantenha os pés apoiados e planos no chão e afastados à medida da largura dos ombros de forma a evitar tensão nas articulações.
2. Se tem por hábito transportar objetos pesados, como o computador, opte por mochilas justas ao corpo e com um reforço que proteja a coluna;
3. Faça intervalos de 10 minutos de 50 em 50 minutos para reduzir a pressão nos discos vertebrais e a tensão acumulada nos ombros e zona cervical e ainda para promover a circulação. Levante-se para ir à casa de banho, beber água, atender telefonemas ou, simplesmente, para esticar as pernas. Aproveite reuniões para estar de pé ou para dar um passeio, prefira as escadas ao elevador e estacione o carro mais longe.
4. Faça alongamentos, sobretudo ao nível dos braços, pescoço e costas, diariamente. Fora do emprego pratique Yoga ou Pilates de forma a melhorar a sua postura, fortalecer os músculos abdominais que ajudam a suportar a coluna e aumentar a sua flexibilidade.
5. Não cruze as pernas. Estar sentado com as pernas cruzadas dificulta a circulação e sobrecarrega os músculos ao redor da pélvis.
6.Atenção ao telefone: Se passa muitas horas ao telefone, não o apoie no pescoço e ombros. Evite fazer multi-tasking em chamadas telefónicas e utilize um auricular para qualquer conversa que dure mais do que cinco minutos.
7. Procure manter a cabeça e o pescoço alinhados. O ecrã do computador deve estar ao nível dos olhos e o mesmo se aplica a tablets ou ecrãs de telefone. É aconselhável, também, que mantenha uma distância de 40 a 70 cm do seu monitor e que o rato e o teclado estejam colocados lado a lado.
8. Posição na cadeira - Garanta que as suas costas estão bem apoiadas e que não ficam demasiado retas. Evite também estar sentado à ponta da cadeira para prevenir uma má postura.
9. Hidrate-se: A água ajuda a manter as articulações e os músculos devidamente lubrificados e a evitar rigidez no pescoço, joelhos e articulações.
10. O tipo de cadeira: Se puder escolher a sua cadeira invista numa com as dimensões apropriadas para o nosso corpo e que não seja rígida. O assento deve ser firme e profundo o suficiente para suportar as nossas coxas sem forçar o ângulo posterior dos joelhos, ter apoio para os antebraços e as bordas anteriores do assento devem ser arredondadas.
Ligações
[1] https://www.atlasdasaude.pt/foto/shutterstock
[2] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/sistema-musculoesqueletico
[3] https://www.atlasdasaude.pt/autores/dr-luis-teixeira-medico-ortopedista
[4] https://www.atlasdasaude.pt/autores/diretor-do-spine-center-hospital-da-luz-coimbra
[5] https://www.atlasdasaude.pt/autores/presidente-da-associacao-sem-fins-lucrativos-spine-matters