A ostomia é uma intervenção cirúrgica que permite criar uma abertura artificial no corpo (estoma), com várias finalidades, que vão desde a alimentação e a respiração, à eliminação de fezes, gases ou urina.
Após a criação da ostomia, a pessoa convive com a presença e com o funcionamento do seu estoma, sendo necessário desenvolver competências físicas e emocionais para se adaptar às alterações do corpo, da própria imagem e dos hábitos de vida.
A sexualidade é uma das áreas mais afetadas, tanto pelas alterações orgânicas decorrentes da própria cirurgia e dos tratamentos, como pela dificuldade em lidar com um corpo diferente, com a presença de um estoma e de um dispositivo.
As questões relacionadas com a intimidade e com o prazer sexual são frequentemente relegadas para segundo plano, dado que as inseguranças individuais relativas à capacidade de suscitar desejo sexual são transferidas para os parceiros, resultando frequentemente em períodos de afastamento entre os casais e em abstinência sexual.
A incapacidade de realizar tarefas/atividades habituais pode levar à perda dos diferentes papéis que a pessoa tinha no enquadramento familiar, profissional e social, gerando, sentimentos de desalento, baixa de autoestima, insegurança e disfuncionalidade.
Existem potenciais constrangimentos associados ao funcionamento da ostomia, como fugas e cheiros, ou à presença do dispositivo, criando nas pessoas com ostomia a necessidade de mudar hábitos de higiene, de vestuário e/ou de alimentação.
A sexualidade é uma componente muito importante para a qualidade de vida. Porém, no caso da pessoa com ostomia, passa a existir a presença de um “intruso” entre parceiros.
É necessário que a pessoa tenha uma atitude determinada e proativa, face à doença e à ostomia, e que seja acompanhada por um enfermeiro de Estomaterapia, que a ajude na gestão da imagem corporal, na promoção do autocuidado, da capacitação e da atividade, quer seja motora, social, cultural ou sexual, bem como ao parceiro, diminuindo constrangimentos, dificuldades de comunicação e afastamento entre os casais.
Os enfermeiros de Estomaterapia ajudam a trabalhar a confiança e as emoções, incentivam a pessoa a falar do que mudou e a explorar o corpo, facilitam a adaptação e, com isso, a capacidade de ser e estar consigo e com o outro.
Conselhos práticos:
Desta forma, é possível fazer as atividades diárias, assim como estar na intimidade, sem que o intestino funcione e sem medo de fugas ou outros constrangimentos.
Além das situações aqui apresentadas, associadas à ostomia, existem também alterações na vivência da sexualidade, decorrentes de disfunções sexuais ou da capacidade penetrativa por parte do homem ou da mulher. É fundamental que a pessoa com ostomia fale abertamente com o enfermeiro de Estomaterapia acerca do que mudou depois da cirurgia e de que forma essas alterações o afetam no seu dia a dia e nas suas relações. Existe terapêutica para o efeito e programas de reabilitação sexual disponíveis, para os quais o enfermeiro de Estomaterapia o pode encaminhar.
Ligações
[1] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/guia-para-doentes-colostomizados
[2] https://www.atlasdasaude.pt/foto/pixabay
[3] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/artigos-de-opiniao
[4] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/sexo-e-relacionamentos
[5] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/sexologia
[6] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/tumores
[7] https://www.atlasdasaude.pt/autores/enfa-claudia-silva-membro-da-associacao-portuguesa-de-enfermeiros-de-cuidados-em