Considerada um distúrbio neurológico, estima-se que a Distonia atinja entre 30 a 50 pessoas por cada 100 mil, em todo o mundo. Em Portugal, calcula-se que afete cerca de 5 mil portugueses, mas por se tratar de uma doença ainda pouco conhecida, admite-se que possa estar subdiagnosticada.
As suas causas ainda não são totalmente conhecidas, no entanto, esta doença do movimento parece surgir em resultado de uma hiperatividade em várias zonas do cérebro, estando muitas vezes associada a outras patologias, à utilização de determinados fármacos ou resultar de uma mutação genética. Pode ainda surgir na sequência de um traumatismo crânio-encefálico.
A Distonia pode afetar uma ou mais partes do corpo em simultâneo, distinguindo-se entre:
Quando limitada a uma parte do corpo – é um exemplo de distonia focal o blefarospasmo. Um tipo de distonia que atinge as pálpebras.
Quando envolve dois ou mais partes contíguas do corpo (por exemplo: face e pescoço). Tal como a Distonia focal, embora seja mais frequente após a idade adulta, este distúrbio pode desenvolver-se mais cedo.
Quando afeta duas ou mais partes que não estão próximas uma da outra (por exemplo: pescoço e perna).
Quando envolve o tronco e mais duas partes diferentes do corpo. Este tipo de distonia surge, habitualmente, em doentes jovens (<25 anos) – nela estão incluídas a Distonia Primária Generalizada, uma distonia rara, progressiva e hereditária que resulta de uma mutação genética específica; e a Distonia sensível a dopa. Também ela hereditária, manifestando-se logo na infância com dificuldades na marcha.
As manifestações clínicas da Distonia dependem da idade do doente e dos segmentos do corpo atingidos. Tremores, contrações musculares involuntárias, caibras e espasmos são, de um modo geral, os principais sintomas. Mas vamos a exemplos:
A Distonia pode ainda provocar dificuldades na marcha, afetar os músculos das cordas vocais - sendo que o doente pode não conseguir falar, a voz ficar trêmula, rouca, distorcida e difícil de entender – e limitar movimentos, impedindo o doente de realizar tarefas normais do dia-a-dia, como escrever, apertar um botão, tomar banho ou comer. Este distúrbio pode conduzir ainda a dor.
O diagnóstico da Distonia é clínico. Os médicos geralmente identificam a doença com base nos sintomas e no resultado do exame físico.
Muitas vezes os exames requisitados servem para excluir outras doenças que possam estar associadas à distonia.
O tipo de tratamento depende do tipo de Distonia e das causas a ela associadas, podendo incluir:
Habitualmente é prescrita para tratar as condições que lhe dão origem, resultando na diminuição dos sintomas (por exemplo, a medicação para a Esclerose Múltipla pode reduzir os espasmos relacionados à doença)
Nas formas focais, que atingem uma área do corpo, como os olhos ou a região cervical, pode administrar-se toxina botulínica, em músculos selecionados, para reduzir os espasmos musculares na região afetada.
Que pode ser um tratamento complementar à toxina botulínica.
Para alguns doentes a estimulação cerebral profunda é a única solução. Esta consiste no implante de um dispositivo médico que estimula zonas específicas do cérebro.
Ligações
[1] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/distonia-quando-o-doente-nao-controla-o-movimento-do-proprio-corpo
[2] https://www.atlasdasaude.pt/fonte/manual-msd
[3] https://www.atlasdasaude.pt/fonte/new-medical
[4] https://www.atlasdasaude.pt/foto/pixabay
[5] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/sistema-nervoso
[6] https://www.atlasdasaude.pt/autores/sofia-esteves-dos-santos