Na Europa estima-se que a prevalência de Hipertensão Arterial [1] varie entre 30-45%. Em Portugal e segundo o estudo PHYSA (2013), a hipertensão arterial apresenta uma prevalência de 42.2%, sendo mais significativa nos homens e nos mais idosos. Destes apenas 76% têm conhecimento que são hipertensos. Quanto à percentagem de doente controlados, apenas ¾ dos que sabem estarão devidamente medicados e controlados.
Os doentes com HTA têm um maior risco de morte ou desenvolvimento de determinadas patologias, como a insuficiência cardíaca, acidentes vasculares cerebrais (AVC) [2], enfarte do miocárdio [3], insuficiência renal, perda gradual da visão, entre outros. A adoção de um estilo de vida saudável pode prevenir o aparecimento da doença e a sua deteção e acompanhamento precoces podem reduzir o risco de vir a desenvolver estas patologias.
Diz-se que uma pessoa tem valores de Pressão Arterial (PA) normais, quando apresenta a PA máxima (sistólica) abaixo dos 130mmHg e a mínima (diastólica) inferior aos 85mmHg. Para valores entre 130-139mmHg de PA sistólica e/ou 85-89mmHg de PA diastólica, diz-se que os valores são normais-altos e, portanto, essa pessoa apresenta um maior risco de vir a ter HTA.
A HTA, numa fase inicial da doença, não provoca quaisquer sintomas. Nalguns casos, pode manifestar-se através de sintomas como cefaleias, tonturas, mal-estar difuso, visão desfocada, dor no peito ou sensação de falta de ar, sintomas estes que são comuns a muitas outras doenças. Contudo, com o passar dos anos, a HTA não controlada acaba por lesar os vasos sanguíneos e alguns órgãos vitais (cérebro, coração, rins).
A PA tende aumentar com a idade. Tal fenómeno deve-se à perda de elasticidade dos vasos ao longo dos anos. Cerca de 2/3 das pessoas com mais de 65 anos são hipertensas.
A HTA pode acometer qualquer pessoa, contudo é mais comum e surge mais precocemente em indivíduos de raça negra, comparativamente com os caucasianos.
Antes dos 45 anos, a HTA precoce surge mais frequentemente nos homens. No entanto acima dos 65 anos, após a menopausa [4], as mulheres estão em maior risco de desenvolver HTA.
A existência de história familiar de HTA aumenta a probabilidade de vir a desenvolver esta doença. Este risco torna-se mais expressivo não só pelo fundo genético predisponente, mas pela partilha dos estilos de vida pouco saudáveis.
A obesidade [5] é sem dúvida um fator de risco para doença cardiovascular [6], em particular HTA.
O consumo excessivo de bebidas alcoólicas, aumenta significativamente os níveis de pressão arterial.
O consumo crónico e prolongado do tabaco constitui uma causa importante de doença cardiovascular.
Uma dieta rica em calorias, com alto teor de gorduras saturadas e pobre em nutrientes essenciais é prejudicial à saúde e contribui para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. O consumo excessivo de sal [7], ao provocar um aumento do conteúdo de sódio nos fluidos corporais, contribui para a retenção de água e consequente aumento da PA.
Uma vida sedentária está intimamente relacionada com um maior risco de obesidade, HTA e doenças cardíacas.
O controlo e tratamento da HTA são fundamentais para prevenir os seus efeitos deletérios a longo prazo. A instituição de um estilo de vida saudável como a prática regular de exercício físico, alterações na alimentação e perda de peso contribuem, em grande parte, para o seu tratamento.
Existem também alguns problemas de saúde que devem ser pesquisados e podem ser uma causa de HTA, como a apneia obstrutiva do sono [8], problemas da tiroide ou problemas renais. A toma de medicamentos e/ou suplementos que possam aumentar a PA devem ser evitados. Exemplos destes medicamentos são os anti-inflamatórios não esteroides (ibuprofeno, entre outros) que são tomados para as dores, de forma frequente.
Por fim, o tratamento com medicamentos poderá ser necessário se continuar com a PA elevada, apesar das mudanças no estilo de vida.
Ligações
[1] https://www.atlasdasaude.pt/artigos/hipertensao-arterial-o-que-todos-devemos-saber
[2] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/acidente-vascular-cerebral-1
[3] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/enfarte-agudo-do-miocardio
[4] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/menopausa
[5] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/obesidade
[6] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/doenca-cardiovascular
[7] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/forum-do-sal-alerta-para-os-riscos-do-consumo-em-excesso
[8] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/sindrome-da-apneia-obstrutiva-do-sono
[9] https://www.atlasdasaude.pt/como-esta-sua-tensao-arterial
[10] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/hipertensao-uma-porta-aberta-para-o-avc
[11] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/combater-doencas-cardiovasculares
[12] https://www.atlasdasaude.pt/artigos/como-surge-e-como-se-trata-hipertensao
[13] https://www.atlasdasaude.pt/foto/pixabay
[14] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/sistema-circulatorio
[15] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/sistema-cardiovascular
[16] https://www.atlasdasaude.pt/autores/dra-sara-guerreiro-e-dr-paulo-alves-cardiologistas-hospital-lusiadas-lisboa