A varicela é uma doença muito vulgar e altamente contagiosa, especialmente durante o Inverno e a Primavera. Afecta principalmente crianças e adolescentes, mas também pode atingir adultos, especialmente quando há algum tipo de imunodeficiência.
É causada pelo vírus varicela-zoster, um membro da família do vírus do herpes, o mesmo que causa herpes zoster (zona) e, todos os anos, afecta dezenas de milhar de crianças em Portugal.
É transmitida por via aérea embora também possa ser transmitida pelo contacto com as lesões da pele. O período entre o contágio e o aparecimento dos primeiros sintomas é de cerca de 15 dias. Uma vez debelada, a varicela normalmente não reaparece. Ou seja, a doença gera imunidade que persiste para toda a vida, evitando que volte a surgir. No entanto, o vírus permanece alojado no tecido nervoso, como que adormecido (não activo), podendo reactivar-se mais tarde, causando zona.
Apesar de a doença não ser normalmente perigosa em crianças saudáveis, causa mal-estar e pode levar ao absentismo das crianças á escola e dos pais ao emprego. Em crianças mais velhas e em especial nos adultos, os sintomas são normalmente mais graves e podem originar outros problemas. Apesar de raras, podem ocorrer infecções bacterianas, encefalite e pneumonia. A grávida pode estar sujeita a um risco superior relativamente ao aparecimento de complicações para o feto, pelo que deve evitar a exposição à doença.
O vírus é transmitido pelo ar, quando a pessoa infectada tosse, espirra ou fala, ou pelo contacto directo com as lesões do doente. É, portanto, altamente contagiosa.
As crianças que estiverem em contacto com outras que tenham a doença têm uma elevada probabilidade (80-90%) de serem contagiadas. Se forem saudáveis, o melhor é mesmo terem a doença enquanto crianças, uma vez que assim estarão protegidas de contrair varicela mais tarde, podendo ser mais grave nessa altura.
Também os adultos que nunca tiveram varicela poderão contrai-la através dos filhos. A varicela é uma doença grave nos adultos, por isso, nestes casos, é aconselhável contactar o médico. A mulher grávida pode estar sujeita a um risco ainda mais elevado no que respeita ao aparecimento de complicações, devendo evitar a exposição à doença, considerando o risco que esta pode trazer para o feto.
A varicela é também grave para todos aqueles com um sistema imunitário enfraquecido.
A prevenção pode ser feita através da vacina contra a varicela. Trata-se de uma vacina que não está incluída no Plano Nacional de Vacinação [1] mas está autorizada pelo INFARMED e disponível por prescrição médica.
Pode ser administrada a partir dos 12 meses de idade ou a pessoas que estejam expostas à doença. Se administrada no período de três dias após exposição à doença pode prevenir uma infecção clinicamente aparente ou modificar o curso da infecção.
O primeiro sintoma é febre [2] ligeira. Surge depois um mal-estar geral e cansaço. Um ou dois dias mais tarde aparecem manchas vermelhas, normalmente primeiro no couro cabeludo e espalhando-se mais tarde pela cara, tronco, axilas, braços, pernas, boca e por vezes na traqueia e brônquios. Evoluem mais tarde para a formação de pequenas bolhas [3] que se tornam purulentas, secam e dão origem a crostas [4]. Estas borbulhas aparecem durante 5 dias e a maioria forma crosta em 6 a 7 dias.
O quadro acompanha-se de comichão, que pode ser intensa. As lesões evoluem espontaneamente para a cura, com a eliminação das crostas, embora possam deixar cicatrizes na pele.
Cerca de 14-15 dias contados a partir do contacto com o infectado.
A varicela pode ser transmitida a outra pessoa desde aproximadamente 10 dias após ser contagiada, até todas as bolhas se transformarem em crostas. O isolamento de um doente infectado previne a transmissão da infecção.
No caso de ser uma varicela ligeira o tratamento efectuado visa o alívio sintomático, repouso e ingestão de líquidos.
Pode ser administrado paracetamol [5] para alívio das dores e febre, dar banhos de água morna e aplicar loções para alívio da comichão e desinfectar as vesículas [6]. Não se deve dar ácido acetilsalicílico (aspirina) ou derivados às crianças com varicela por poder causar a síndroma de Reye, que é uma complicação grave caracterizada por alterações neurológicas e hepáticas.
Nos casos de doença grave, ou quando adolescentes e adultos forem afectados, o tratamento é diferente e pode ser indicada medicação antiviral que ajuda à redução da duração da doença, permitindo que o doente se sinta melhor num espaço de tempo mais curto. Os antibióticos [7] poderão ser usados quando existe o risco de infecção.
Ligações
[1] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/programa-nacional-de-vacinacao
[2] http://www.atlasdasaude.pt/content/febre
[3] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/bolhas
[4] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/crostas
[5] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/paracetamol
[6] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/vesiculas
[7] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/antibioticos
[8] https://www.atlasdasaude.pt/varicela
[9] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/varicela-contagio-que-passa-despercebido
[10] https://www.atlasdasaude.pt/fonte/dermatologianet
[11] https://www.atlasdasaude.pt/fonte/farmaceuticoplanetaclix
[12] https://www.atlasdasaude.pt/foto/shutterstock
[13] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/saude-infantil
[14] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/infeccoes-virais
[15] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/informacao-sazonal
[16] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/infeccoes