A pitiríase rosada, também conhecida por pitiríase rósea de Gibert, trata-se de uma erupção cutânea autolimitada que, geralmente, é assintomática, podendo, no entanto, apresentar-se com prurido em cerca de 25% dos casos. Ocorre principalmente em adolescentes e adultos jovens saudáveis, a maioria entre os 10 e os 35 anos de idade. Afeta todas as raças, verificando-se uma leve predominância feminina.
Foi proposta, mas ainda não comprovada, uma origem viral.
Alguns autores descrevem discreta variação sazonal com picos na primavera e no outono.
Nos casos típicos, inicia-se por uma lesão inicial (mancha mãe), de maiores dimensões, cujo tamanho varia de 1 a 10 cm, tom salmão, que aparece mais frequentemente no tronco e precede o início da doença. O centro é discretamente descamativo e à periferia apresenta uma descamação mais evidente. Em geral, nos dias seguintes segue-se a erupção, com pequenas e numerosas pápulas [1] e placas arredondadas semelhantes à lesão inicial que as precedeu. O tronco e membros superiores são as áreas de atingimento preferencial. No dorso, a orientação das lesões tem padrão referido como “árvore de Natal”. Face, palmas e plantas são habitualmente poupadas.
Geralmente, não há manifestações sistémicas significativas, embora cerca de 5% dos pacientes referem, antes de surgirem as lesões, febre, dor articular ou de cabeça e mal-estar geral.
Como a pitiríase rósea é frequentemente assintomática e autolimitada, o doente deve ser esclarecido quanto à doença, não sendo necessário nenhum tratamento. Nos pacientes com prurido, podem ser utilizadas loções antipruriginosas. Nos casos mais graves, tratamentos com radiação UVB e anti-histamínicos orais podem ser úteis.
O prognóstico é bom, dado que a erupção típica dura de 6-8 semanas (embora possa persistir por 5 meses ou mais), resolvendo espontaneamente sem deixar cicatriz. Regra geral, não há novos episódios da doença.
Autores:
Dr.ª Ana Marcos Pinto - Clínica Universitária Dermatológica de Lisboa, Hospital de Santa Maria.
Prof. Dr. João Borges da Costa - Clínica Universitária Dermatológica de Lisboa, Hospital de Santa Maria, Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, IHMT, British hospital, Centro Clínico do Sams, Lisboa.
Ligações
[1] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/papulas
[2] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/conheca-doencas-de-pele-mais-comuns-no-verao
[3] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/o-que-e-psoriase
[4] https://www.atlasdasaude.pt/artigos/vitiligo
[5] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/sistema-pele