Causas, sintomas e tratamento

Infeção Urinária: o que é e como se trata?

Atualizado: 
05/09/2019 - 17:37
Mais frequente no sexo feminino, trata-se de uma infeção que pode atingir qualquer região do trato urinário. Ardor ou dor ao urinar e presença de sangue na urina estão entre os principais sintomas. Neste artigo explicamos-lhe tudo sobre o tema e mostramos-lhe os cuidados a ter para a prevenir.
Mulher de pernas cruzadas

Provocada pela presença de bactérias em qualquer órgão do trato urinário, estima-se que a infeção urinária atinja entre 80 a 90% das mulheres em idade reprodutiva e menopausa. Embora com menos frequência, pode ainda atingir homens e crianças, sobretudo, no primeiro ano de vida.  

Dependendo da sua localização – uretra, bexiga ou rim – pode ser designada de uretrite, cistite ou pielonefrite. No homem podem-se englobar ainda as infeções associadas à próstata – prostatite – ou aos testículos – orquite e orquiepididimite.

Tipos de infeção urinária

Cistite – corresponde a uma inflamação da bexiga e, embora seja o tipo de infeção mais frequente, é também a que mais facilmente se trata. Habitualmente o organismo infecioso ascende do exterior pela uretra e infeta a bexiga. A maioria destas infeções é provocada por microrganismos aeróbios Gram-negativos provenientes do cólon, dada a proximidade entre a região anal e a zona urogenital.

Pielonefrite – em algumas situações a infeção pode propagar-se até ao rim, necessitando de um tratamento mais prologando. A pielonefrite é considerada a forma mais grave de infeção urinária não só porque pode levar ao desenvolvimento de lesões que comprometem a função renal, como à disseminação da infeção para o resto do organismo através da corrente sanguínea (septicemia ou sépsis).

Uretrite – corresponde à inflamação da uretra (canal por onde a urina sai da bexiga). Esta infeção é geralmente provocada por agentes transmitidos por via sexual e é mais frequente no sexo masculino (a mulher possui uma uretra muito curta e a infeção transmite-se diretamente à bexiga). Quando não tratada ou quando tratada inadequadamente pode causar um estreitamento (estenose) da uretra elevando o risco de infeções na bexiga ou nos rins.

O que está na origem da infeção urinária?

A maioria das infeções urinárias é provocada por bactérias. Estima-se que, em 80% dos casos, estas sejam provocadas pela Escherichia coli e alguns estafilococos.

Em alguns casos, podem-se encontrar infeções por fungos, sobretudo em doentes imunodeprimidos. Diabetes, algumas doenças neurológicas e doenças sexualmente transmissíveis estão entre os fatores de risco.

Por outro lado, sabe-se que a presença de anomalias no aparelho urinário também tende a aumentar o risco de infeção urinária. Os doentes institucionalizados ou submetidos a algaliação estão entre os mais vulneráveis.

Como se manifesta?

Os sinais e sintomas variam consoante o tipo de infeção, ou seja, dependem do órgão afetado.

Bexiga (cistite):

  • dor, ardor ou desconforto a urinar
  • necessidade de urinar muitas vezes e em pequenas quantidades
  • vontade urgente de urinar
  • presença de urina turva e/ou com mau cheiro
  • sangue na urina (menos frequente)

Rim (pielonefrite):

Para além dos sintomas acima descritos

  • febre
  • mau estar
  • náuseas ou vómitos
  • dor lombar (do lado do rim afetado)

Uretra (uretrite):

  • ardor ao urinar (mais comum no inicio ou final da micção)
  • corrimento

Em alguns casos, a infeção urinária pode ser assintomática. Durante a gravidez é frequente surgirem estas infeções, no entanto, nem sempre elas cursam com sintomas pelo que é preciso maior vigilância. O tratamento é essencial.

Como se trata?

Tratando-se de infeções provocadas por bactérias o seu tratamento baseia-se na utilização de antibióticos. Os mais frequentes são as fluoroquinolonas.

No caso da infeção urinária ocorrer durante a gravidez, a seleção do antibiótico deve ser devidamente ponderada, uma vez que alguns antibióticos estão contraindicados.

Podem associar-se ainda outros medicamentos como os anti-inflamatórios ou os analgésicos para aliviar a dor e o desconforto.

Ao mesmo tempo, os especialistas aconselham a alguns cuidados complementares:

  • aumentar a ingestão de líquidos,
  • ter cuidados gerais de higiene íntima,
  • urinar sempre que tiver vontade (se retardar o ato de urinar está a contribuir para aumentar o risco de infeção uma vez que a urina irá permanecer mais tempo no interior da bexiga)

Como prevenir a infeção urinária?

Nem todas as infeções podem ser prevenidas, no entanto, há alguns cuidados que devem ser mantidos de modo a evitar a migração de bactérias para a bexiga:

  • beber mais água
  • utilizar sabões neutros para a higiene local
  • urinar depois das relações sexuais
  • limpar a região depois de urinar da frente para trás
  • usar roupa interior de algodão
  • quando menstruada, trocar regularmente os absorventes

Infeção urinária no homem

A infeção urinária masculina é mais rara e surge, habitualmente, em homens com mais de 50 anos. O aumento do volume da próstata, uma condição conhecida como hiperplasia benigna da próstata, está entre as principais causas.

Ao comprimir a porção inicial da uretra e bloquear o fluxo de urina, esta condição impede o esvaziamento completo da bexiga, o que leva ao aumento da proliferação de bactérias e, consequentemente, eleva o risco de infeção.

Para além da cistite, a infeção urinária nos homens pode transmitir-se à próstata (prostatite), epidídimo (epididimite) e testículo (orquite/orquiepididimite), sendo o seu tratamento um pouco mais prolongado que o de uma cistite.

Por outro lado, dado o comprimento da uretra, o homem pode desenvolver infeções localizadas apenas nesta região. Quando isto acontece, na maioria dos casos, estamos presente uma infeção transmitida via sexual, provocada por microorganismos como Neiseria gonorrhoeae ou Clamydia trachomatis, e que cursa com corrimento, dor e comichão. Nestes casos, para além do próprio, é necessário tratar o seu parceiro ainda que este não apresente sintomas.

De um modo geral, a infeção urinária masculina resolve-se ao fim de 7 a 10 dias de tratamento.

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Autor: 
Sofia Esteves dos Santos
Fonte: 
MSD Manuals
CUF
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
Pixabay