Doença de infância

Cuidados e sintomas da varicela

Atualizado: 
27/06/2019 - 13:06
A varicela é uma doença de infância muito vulgar que todos os anos afecta dezenas de milhar de crianças em Portugal.
Criança com borbulhas na cara características da varicela

A varicela é uma doença de infância muito vulgar que todos os anos afecta dezenas de milhar de crianças em Portugal, especialmente durante o Inverno e Primavera. É causada pelo vírus varicela-zoster, um membro da família do vírus herpes. Afecta principalmente crianças e adolescentes, mas também pode atingir adultos, especialmente quando há algum tipo de imunodeficiência.

Trata-se de uma doença altamente contagiosa, transmitida de pessoa para pessoa por via aérea, através das pequenas gotas de saliva contaminadas, expelidas pelos doentes ao falarem, ou através do líquido presente nas lesões cutâneas que tanto provocam esta doença como o herpes zóster.

Uma vez debelada, a varicela normalmente não reaparece, no entanto, é possível que uma determinada quantidade de vírus sobrevivam adormecidos em alguns tecidos do organismo, sem provocar qualquer sinal ou sintoma. Todavia, após um período de tempo mais ou menos prolongado, normalmente na idade adulta ou até na velhice, este vírus pode ser reactivado, por exemplo, devido a uma redução temporária das defesas, e causar o desenvolvimento da zona (herpes zóster).

Manifestações clínicas

A varicela tem um período de incubação de uma a três semanas partir do momento do contágio. A doença começa por se manifestar através de sinais e sintomas gerais inespecíficos como febre, mal-estar e perda de apetite.

Ao fim de um a três dias, estas manifestações intensificam-se, proporcionando a erupção cutânea característica da varicela: manchas vermelhas, muito pruriginosas, que revestem em grande número toda a superfície do corpo, embora se concentrem em particular na face, tronco e base dos membros. As lesões adquirem um ligeiro volume e transformam-se em vesículas, repletas de um líquido amarelado, provocando comichão intensa. Alguns dias depois, as vesículas rebentam e o líquido seca, propiciando a formação de crostas que acabam por cair. A varicela resolve-se espontaneamente para a cura, com a eliminação das crostas.

As complicações são raras mas podem ocorrer infecções bacterianas, encefalite e pneumonia, principalmente nos adultos e imunocomprometidos.

Tratamento

O tratamento é aquele recomendado para as viroses comuns da infância: repouso, ingestão de líquidos e boa alimentação. Para a febre, podem utilizar o paracetamol e para o alívio da comichão pode optar por um anti-histamínico. Não coçar é importante para evitar sobreinfecção das lesões.

Deve ser feita a limpeza das lesões e, em caso de infecção secundária, medicação antibiótica de uso local ou via oral deve ser instituída.

Não deve-se utilizar medicamentos com ácido acetilsalicílico para evitar uma possível complicação grave: a síndrome de Reye, que provoca dano hepático e cerebral.

Varicela e gravidez

Quando se contrai a varicela ao longo dos três primeiros meses de gestação os vírus causadores podem atravessar a placenta e infectar o embrião, provocando uma varicela intra-uterina. Esta infecção costuma ter graves consequências, já que algumas vezes provoca a morte do embrião e um aborto espontâneo, enquanto noutras, em cerca de 10 por cento dos casos, origina lesões que provocam como sequelas malformações cranianas, surdez, atraso mental ou extensas cicatrizes cutâneas.

Por outro lado, caso se contraia a infecção nos dias anteriores ao parto, o feto pode ser contagiado no momento do nascimento e desenvolver uma forma grave da doença que, por vezes, tens consequências fatais.

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Fonte: 
medipedia.pt
dermatologia.net
Nota: 
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