Saiba quais são

As vacinas que existem

Atualizado: 
31/10/2014 - 15:53
As vacinas são o meio mais eficaz e seguro de protecção contra certas doenças. Mesmo quando a imunidade não é total, quem está vacinado tem maior capacidade de resistência na eventualidade da doença surgir.
Vacinas

A vacinação é o meio mais seguro e, por vezes, o único que permite fortalecer o organismo e resistir contra determinadas infecções. Por outro lado, permite que haja um bloqueio na disseminação da doença ou a sua erradicação, quando grandes massas populacionais estão vacinadas, evitando-se contaminação entre as pessoas.

Os seus princípios empíricos já são conhecidos há muito tempo, embora só recentemente tenham sido utilizados de forma moderna e massiva. Constitui uma das maiores vitórias da medicina, e muitos de nós não estaríamos vivos se não fosse a vacinação.

A criação das vacinas e dos Programas Nacionais de Vacinação permitiu que houvesse uma grande redução do número de pessoas com infecções graves e da mortalidade que elas causavam. Portanto, o objectivo é proteger o indivíduo e a comunidade, no entanto, as vacinas só podem ser eficazes se a sua cobertura permanecer de forma contínua a um nível suficientemente elevado.

Todos os anos, a vacinação salva cerca de três milhões de vidas e previne a invalidez de mais de 750 mil crianças em consequência de doenças infecciosas.

Vacinas pediátricas
É durante a infância que recebemos a maior parte das vacinas. O sistema imunitário dos recém-nascidos é ainda imaturo e inexperiente. Apesar de nos três primeiros meses de vida, os anticorpos da mãe, passados para o filho através da placenta, fornecerem alguma protecção, não o defendem de todas as doenças.

Por isso é fundamental vacinar as crianças precocemente, para evitar doenças graves como a tosse convulsa ou certas meningites, mais frequentes nos primeiros meses de vida, que podem causar lesões permanentes ou até fatais.

O Programa Nacional de Vacinação (PNV) permite que, aos seis meses de idade, a criança já tenha a protecção básica para oito doenças (formas graves de tuberculose, difteria, tétano, tosse convulsa, hepatite B, poliomielite e meningites e septicémias por meningococos C e por hemófilos).

Há ainda, fora do PNV, vacinas contra rotavírus (agente de diarreia) e contra pneumococos (agente de meningites, septicemias e pneumonias), que também são administradas antes dos seis meses. Espera-se que a vacina contra o pneumococo venha brevemente a fazer parte do PNV. Aos 15 meses a criança fará a vacina contra sarampo, papeira e rubéola.

Algumas destas doenças estão eliminadas em Portugal, devido às vacinas, mas é bom não esquecer que hoje em dia estamos à distância de poucas horas de avião de países onde essas doenças existem e se não mantivermos uma taxa de vacinação elevada corremos o risco de as ver reaparecer.

Mais recentemente entrou no PNV a vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV), agente responsável por cancro do colo do útero, que é administrada aos 13 anos, ainda dentro da idade pediátrica, embora vá proteger contra uma doença que só se manifesta já na idade adulta.

Vacinas de adultos
Considerar que as vacinas são assunto exclusivo das crianças e jovens é uma perspectiva desajustada da realidade.

O envelhecimento inexorável do ser humano, com a consequente diminuição de defesas do organismo, o acometimento por doenças elas mesmo imunosupressoras ou então tratamentos com medicamentos imunodepressores ou a própria radioterapia, causam diminuição das defesas do organismo e condicionam mais risco de doenças infecciosas. A vacinação pode ser uma ajuda importante.

A vacina contra o pneumococo, agente frequente de pneumonias, é claramente recomendada aos adultos com mais de 65 anos ou outros grupos de risco - diabéticos ou doentes crónicos – por estarem mais predispostos a contrair a infecção por esta bactéria.

Por outro lado, a vacinação dos adultos não está reduzida à vacina antitetânica (com reforços cada 10 anos) e à vacina anual da gripe. Existem adultos com doenças crónicas que deverão ser vacinados contra a Neisseria meningitidis e o H. influenzae, causadoras de infecções generalizadas e meningites.

É também já possível vacinar contra a zona, uma doença causada pela reactivação do vírus da varicela e que causa frequentemente no adulto, em particular nos mais idosos, uma doença caracterizada pelo aparecimento de vesículas cutâneas e depois crostas e que se pode prolongar por muito tempo com dor local intensa e incapacitante.

Vacinas do viajante
O prazer de viajar não deve ser ensombrado por percalços de saúde. Daí que valha a pena prevenir riscos e nada como consultar o seu médico, para se informar das medidas preventivas necessárias antes de partir para países tropicais ou subtropicais.

Sempre que necessário, será orientado para consultas específicas do viajante que funcionam um pouco por todo o país: informações úteis, algumas medicações e vacinas permitir-lhe-ão viajar com muito mais tranquilidade.

No que se refere a vacinas para o viajante há algumas, de que é exemplo a vacina da febre-amarela, que são mesmo obrigatórias na deslocação para alguns países onde existe risco da doença. Nessa situação a vacina terá que ser administrada a não ser que haja contra-indicação médica, devendo nesse caso ser emitida uma escusa médica.

Outras, consideradas vacinas específicas para o viajante, são recomendadas em determinadas circunstâncias, que dependerão das condições de saúde de quem viaja, do local de destino e tempo de permanência entre outros aspectos: vacina da hepatite A, da febre tifóide, da encefalite japonesa, da encefalite da carraça, entre outras. Mas também as vacinas, ditas de rotina, tem nesta consultas a oportunidade de serem actualizadas.

Assim, vale a pena pedir ajuda médica antes de viajar para locais em desenvolvimento e/ou com risco de doenças tropicais. A prevenção de muitas doenças, em particular infecciosas, é possível. As vacinas são uma das formas de o fazer com eficácia e segurança.

Reforços de vacinas
A quantidade de anticorpos produzidos pela vacina ou pela doença natural vai diminuindo ao longo do tempo. Apesar disso, podemos geralmente contar com a memória imunológica para que este nível de anticorpos suba rapidamente ao entrar em contacto com o microrganismo.

Nalgumas doenças é necessário ter um nível alto de anticorpos para haver protecção. Este problema tem particular importância no caso de doenças em que o tempo entre o contacto com o agente infeccioso e o aparecimento da doença é curto, havendo toda a vantagem em ter de antemão um nível elevado de anticorpos, para evitar que surjam manifestações da doença antes de o sistema de memória imunológica ter tempo de promover a produção de anticorpos em quantidade suficiente.

Nestes casos, pode haver necessidade de dar periodicamente doses de reforço, de modo a manter este nível alto. Há doenças em que, apesar de ser necessário um nível alto de anticorpos, o tempo de incubação é longo, permitindo que se faça uma dose de reforço mesmo depois do contacto com o agente infeccioso, se já passou demasiado tempo após a última dose de vacina, como é o caso do tétano.

Certas doenças têm um tempo de incubação muito longo, permitindo esperar que a memória imunológica entre em acção e, nesses casos, não é necessária dose de reforço.

Esta memória imunológica vai também sendo activada por contactos fugazes com o dito agente infeccioso, quando a doença persiste na comunidade. Estes contactos funcionam como “lembretes” que vão reactivar esta memória. No entanto, quando a doença deixa de circular, por influência da vacina, a memória deixa de ter estes estímulos permanentes que a mantêm alerta, por assim dizer. A máquina de produzir anticorpos pode ficar um pouco “enferrujada” pela falta de uso, levando mais tempo a reagir.

Por isso as autoridades de saúde mantêm uma grande vigilância sobre as doenças preveníveis por vacinas, para perceber se, a determinado momento, será necessário voltar a fazer doses de reforço.

Fonte: 
Vacinas.com.pt
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
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