Quercus

São necessários 750 ME para retirar amianto de edifícios públicos

A associação ambientalista Quercus estimou que será necessário gastar pelo menos 750 milhões de euros para remover os materiais com amianto dos cerca de seis mil edifícios públicos que poderão conter a substância.

"Na sequência das declarações do ministro do Ambiente sobre a estimativa de edifícios da administração pública suspeitos de estarem contaminados com amianto, a Quercus estima que seja necessário gastar pelo menos 750 milhões de euros para garantir a remoção da totalidade dos materiais" com aquelas fibras cancerígenas.

Um comunicado da associação de defesa do ambiente avança que "os 300 milhões de euros atualmente disponíveis [para aquela tarefa] apenas conseguirão assegurar a remoção das coberturas em fibrocimento" e voltou a defender a necessidade de definir um plano.

Os ambientalistas referem-se à intervenção do ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, na quarta-feira, na comissão parlamentar de Ambiente, dizendo que poderão existir muito mais que os 2.700 edifícios públicos, como escolas, hospitais ou bibliotecas, da lista já elaborada e divulgada e que podem chegar a seis mil.

A Quercus recordou que a variedade de produtos que incorporaram o amianto é muito grande e é fundamental identificar e referenciar a sua totalidade, que se estima rondar os 3.000 artigos diferentes.

Além das coberturas, é possível encontrar amianto em pavimentos, tetos falsos e revestimentos de condutas de edifícios.

A associação considera importante definir um Plano Nacional de Ação para o Amianto, com o levantamento exaustivo dos edifícios e a avaliação dos riscos de exposição a esta fibra cancerígena.

A exposição dos seus ocupantes a este tipo de fibras poderá ter efeitos na saúde, tais como o desenvolvimento de doenças benignas (asbestose) ou malignas (cancro do pulmão, mesotelioma, laringe, ovários e gastrointestinal), explica.

Segundo a Quercus, em Portugal, são 39 os casos de mesotelioma referenciados, indiciando que "muitos casos são mal diagnosticados ou não é feita a correta relação causa-efeito entre a doença e a exposição a este contaminante".

O amianto é uma fibra mineral natural, abundante na natureza, com boas propriedades físicas e químicas, como resistência mecânica às altas temperaturas, durabilidade, facilidade de ser trabalhada como um tecido, e com baixo custo, por isso, foi muito utilizada na construção até aos anos 90.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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