Reacção alérgica

Rinite alérgica perenial

Atualizado: 
12/03/2014 - 12:09
A rinite alérgica perenial é uma doença muito frequente e caracteriza-se por afectar os doentes durante todo o ano, uma vez que os alergénios habituais são os ácaros, pó doméstico, fungos e pelos dos animais.

A rinite deve-se a uma reacção alérgica que afecta as pessoas com pré-disposição (genética) provocada por uma reacção imunitária anómala perante a inalação de determinadas substâncias - alergénios - que, para a maioria das pessoas, são inócuas.

No entanto, na rinite alérgica, a reacção ocorre na mucosa nasal e provoca diferentes sintomas consoante o alergénio. Ou seja, embora desencadeiem uma reacção alérgica idêntica, nem todos os alergénios produzem o mesmo efeito em todas as pessoas, pois cada indivíduo pode ser sensível a um em concreto ou apenas a alguns, enquanto os restantes não provocam qualquer manifestação. Além disso, o problema nem sempre tem a mesma evolução, pois depende da natureza dos alergénios responsáveis.

Por isso se distingue dois tipos de rinite: a sazonal, habitual nos meses da Primavera e Verão, cujo principal alérgenio são os pólenes; e a perenial, que ocorre todo o ano, tornando o problema crónico, e os alergénios habituais são os pelos e penas dos animais de estimação, o pó doméstico, os ácaros e o bolor.

Nestes indivíduos, perante a inalação, ou contacto, com o alergénio, o sistema imunitário responde com a produção de anticorpos que actuam sobre as células, denominadas mastócitos, provocando a libertação de substâncias que desencadeiam uma reacção inflamatória, sobretudo histamina. Trata-se de um processo semelhante a todas as patologias de tipo alérgico, variando apenas o órgão onde a reacção inflamatória desencadeada.

Sintomas da rinite perenial
Os sinais e sintomas aparecem ou acentuam-se quando se realizam actividades em que se levanta pó, sobretudo durante a limpeza doméstica. O típico ardor no nariz, espirros repetidos e rinorreia, lacrimejo e olho vermelho são os principais sintomas deste tipo de rinite.

Os sintomas acentuam-se em contactos com o alergénio e como podem surgir durante o ano todo, os doentes podem ter períodos muito incapacitantes e provocar grande transtorno nas actividades da vida diária.

Tratamento
É muito importante o médico distinguir a rinite alérgica perenial de outras possíveis infecções recorrentes dos seios (sinusite) e das formações anormais que afectam o nariz (pólipos nasais). A sinusite e os pólipos nasais podem ser complicações da rinite alérgica.

No tratamento destas situações alérgicas é muito importante evitar o contacto com os factores desencadeantes. Assim é de grande importância que no ambiente doméstico ou profissional seja evitado o contacto com o pó de casa, com animais, com o fumo do tabaco ou outros fumos, com bolores, poluentes ou gases. O ambiente do ar doméstico deve ser saudável, com bom arejamento e ventilação, e promovendo-se uma limpeza cuidada.

No entanto, quando as medidas preventivas não são suficientes para evitar os sintomas recorre-se à terapêutica medicamentosa. Com um correcto diagnóstico e com as medidas terapêuticas adequadas é possível controlar eficazmente a alergia e possibilitar uma vida livre de sintomas incapacitantes.

Existem múltiplas alternativas terapêuticas e por isso o médico escolherá o medicamento consoante o tipo e a gravidade da doença, bem como da resposta do doente à medicação instituída.

Na maioria das situações, os tratamentos baseiam-se em corticóides de acção local, quer nasais quer por deposição nos brônquios. É também habitual recorrer aos anti-histamínicos, por via oral ou também por via tópica. É ainda possível recorrer à imunoterapia específica. Esta terapia socorre-se de injecções subcutâneas ou da via sublingual de concentrações crescentes do alérgenio específico, de modo a criar tolerância e dessensibilização do sistema imunitário e desta forma controlar a doença.

Em alguns casos é necessário recorrer à cirurgia para eliminar os pólipos nasais ou para tratar uma infecção dos seios perinasais.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
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