Cuidados a ter

Quer evitar a dor nas costas? Evite as más posturas

Atualizado: 
16/10/2018 - 11:19
Em Portugal as dores nas costas continuam a ser um dos principais motivos para ir ao médico, estimando-se que cerca de 80% da população irá ter um episódio de lombalgia pelo menos uma vez na vida. E, apesar de nem sempre ser possível prevenir o seu desenvolvimento, saiba que com alguns cuidados pode reduzir, e muito, o risco de lesão.

As dores na coluna vertebral, dores nas costas ou raquialgias são um dos principais motivos de ida ao médico e de ausência no trabalho. “Os segmentos cervical e lombar são os mais sacrificados e estima-se que 60 a 80% da população portuguesa é afetada pelo menos uma vez na vida por uma crise de dor ao longo da coluna lombar”, começa por explicar Valdemar Marques, coordenador da Unidade de Neurocirurgia da Clínica de Santo António. “São responsáveis por esta sintomatologia causas degenerativas, traumáticas, infeciosas, inflamatórias, neoplásicas e até de stress”, diz ainda o especialista.

De acordo com os indicadores disponíveis, são cerca de 150 mil os portugueses que sofrem de lombalgia, sendo esta queixa mais prevalente nas mulheres, principalmente depois dos 45 anos. “O constante uso de sapatos de salto alto, o volume e peso mamário, o sedentarismo, as más posturas no dia-a-dia, a gravidez, o stress e a osteoporose”, estão entre as causas mais frequentes.

Apesar de “as consequências da dor não tratada dependerem da patologia subjacente”, Valdemar Marques adianta que a médio/longo prazo estas podem resultar na cronicidade da dor, instalação de défices neurológico e “até morte precoce em caso de patologia tumoral”. Daí que seja tão importante proceder ao seu diagnóstico. “Sempre que, com ou sem causa real aparentes, se instale uma dor em algum segmento da coluna cervical, essa situação deve ser investigada”, aconselha o coordenador da Unidade de Neurocirurgia da Clínica de Santo António. “Se a dor da coluna irradia para os membros superiores ou inferiores ou ao longo de um arco costal, impõe-se uma consulta de especialidade”, acrescenta.

A verdade é que para além do impacto que tem na saúde, também a nível social e económico, a dor afeta de forma negativa a sociedade. “A evolução para a dor crónica tem grande impacto socioeconómico negativo por ocasionar incapacidade não só para o trabalho habitual, mas também para a realização, em muitas situações, das atividades da vida diária, necessitando frequentemente dos cuidados de terceiros”, revela o especialista.

Deste ponto de vista, estudos apontam para custos indiretos da dor crónica “ao longo da coluna vertebral” superiores a 736 mil euros. “Estimados em 2010, pela carga salarial, tendo em conta o absentismo, a redução do emprego e as reformas antecipadas”, justifica.

Mesmo sem associação a qualquer patologia da coluna vertebral a verdade é que a dor pode condicionar, e muito, a qualidade de vida de quem dela padece. Muitas vezes provocada por hábitos e posições incorretas que adotamos no dia-a-dia, a dor pode ser prevenida com a alteração de alguns comportamentos. “São vários os erros que diariamente cometemos… Os erros posturais, o levantamento de pesos, os grandes movimentos de flexão e rotação do tronco, o sedentarismo, o tabagismo e o uso abusivo do sofá onde ninguém se senta mas se ‘enrosca’”, indica Valdemar de Matos quanto aos gestos que prejudicam a nossa coluna.

Assim, se pretende evitar a dor nas costas saiba que deve começar por prestar atenção à forma como se senta, como conduz, como pega ou transporta os sacos das compras.

Evite ainda passar muitas horas sentado. No trabalho faça pequenas pausas e aproveite para alongar. Uma boa «espreguiçadela» é bastante eficaz.

Quando está de pé, evite deixar todo o peso apenas numa perna e não levante do chão objetos pesados sem fletir os joelhos. 

“A prevenção deve ser feita no dia-a-dia com uma alimentação saudável, boa correção postural e exercício físico apropriado”, recomenda este especialista.

Autor: 
Sofia Esteves dos Santos
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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