O que deve melhorar?

A prestação de cuidados básicos em situações de emergência médica no contexto nacional

Em Portugal, em média, cerca de 10 mil pessoas poderão sofrer um episódio de Morte Súbita Cardíaca, tendo em conta os números da mortalidade cardiovascular registados anualmente. Não obstante, estes números poderiam ser inferiores se a sociedade civil estivesse preparada para responder eficazmente numa situação de emergência médica, através do desencadear da cadeia de socorro e do início de manobras de Suporte Básico de Vida, o que implica o envolvimento por parte de todos os potenciais intervenientes no processo.

“Cada pessoa que sabe fazer Suporte Básico de Vida (SBV) é um parceiro do INEM. Está lá para ajudar e é o nosso braço mais próximo” assim inaugurou a Diretora do Departamento de Formação do INEM, Dra. Teresa Pinto, a 2ª Reunião com Entidades Formadoras em Suporte Básico de Vida e Desfibrilhador Automático Externo (DAE).

Em Portugal, o ensino do SBV é atualmente obrigatório nas escolas por Lei, no entanto, e apesar de estar incluído no plano curricular, as escolas ainda não estão devidamente preparadas para implementar eficaz e corretamente esta formação. Por este motivo, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia promoveu e conduziu, no passado dia 10 de fevereiro, este encontro com o intuito de promover a discussão e definição de consensos sobre como melhorar a prestação de cuidados básicos em situações de emergência médica.

Neste contexto, foram identificadas três áreas de atuação primordiais que foram discutidas por três grupos de trabalho, que elaboraram as seguintes propostas:

Legislação: O ensino de SBV deve ser alargado ao desfibrilhador automático externo, sendo regulado por lei e os responsáveis pela sua implementação e fiscalização devem ser claramente identificados, sob pena da sua aplicação prática não ocorrer;

Metodologia de ensino e forma de implementação em SBV: Aproveitando para rever a informação disponibilizada pelo INEM, foi recomendado que a formação nas escolas passasse a integrar o ensino da desfibrilhação automática externa (SBV+DAE) (e não apenas SBV);

Coordenação e articulação entre as diferentes entidades no terreno e a tutela: Destaca-se a proposta que prevê que o INEM dê chancela a entidades acreditadas para que o plano de formação seja implementado em tempo útil (até 1 ano), e a necessidade que outras entidades formadoras cooperarem com o INEM na formação de formadores, possibilitando o treino de uma proporção elevada dos cerca de 100.000 jovens que anualmente deveriam ser alvo desta ação.

Quanto ao papel do INEM, na voz da Dra. Regina Ribeiras, em representação da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, foi referido que “o INEM deve assumir um papel de relevo como regulador e auditor desta formação em Portugal”.

Este encontro provou ainda que, todas as entidades estão disponíveis e interessadas em fazer parte desta rede nacional que, regulada pelo INEM, poderá capacitar um número significativo de indivíduos para efetuar SBV e para utilizar corretamente um DAE. Os participantes no encontro, como forma de cidadania e para tornar consequente a sua reflexão, decidiram apresentar publicamente as suas propostas junto dos órgãos do poder executivo e legislativo.

Fonte: 
SConsulting
Nota: 
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