Fusão de ministérios

Presidente associação diabéticos quer extinção de ARS e fusão de Saúde e Assuntos Sociais

A extinção das atuais administrações regionais de Saúde e a fusão, num só ministério, da Saúde e dos Assuntos Sociais foram propostas hoje apresentadas para o futuro do setor pelo presidente da mais antiga associação de doentes do mundo.

José Manuel Boavida, presidente da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), considera que a saúde no século XXI não pode ser vista isoladamente, mas tem de ser encarada “no enquadramento do mundo real” e atendendo às necessidades sociais.

“Há que compreender a ligação intrínseca da saúde às medidas sociais (…). Sou pela fusão do ministério da Saúde com o dos Assuntos Sociais”, afirmou José Boavida, durante a sua intervenção na Convenção Nacional da Saúde, que hoje começou em Lisboa.

O médico vincou que a Escócia iniciou esta experiência de um ministério da Saúde e dos Assuntos Sociais há cerca de dois anos e que isso tem permitido, além de uma grande poupança, um tratamento de maior proximidade.

“Ninguém sai do hospital sem ter o retorno do que lhe vai acontecer na sociedade”, exemplificou.

José Manuel Boavida advoga a necessidade de criar unidades hospitalares de média dimensão, que sejam próximas das comunidades, o que poderia, por exemplo, diminuir o número de reinternamentos.

Para o presidente da APDP é ainda “precisa coragem para acabar com as administrações regionais de Saúde (ARS)”.

Em declarações à Lusa à margem da convenção, o médico considerou que as ARS têm sido um impedimento à autonomia da decisão dos organismos e unidades públicas que estão mais próximas das pessoas.

Defendendo uma proximidade dos serviços à população, Boavida criticou a ausências de representante das autarquias na Convenção Nacional de Saúde, dizendo que não percebe como não foram chamadas a intervir, convite que devia ter sido estendido à Segurança Social.

José Boavida considerou também “absolutamente impensável” que não haja já um médico de família para cada português, entendendo que isto está a base de tudo o resto: “A seguir, tudo desliza para desperdício”.

O presidente da APDP lamentou ainda que o país tenha “portugueses de primeira e portugueses de segunda”, referindo-se à falta de generalização das unidades de saúde familiares (USF) por todo o país.

 

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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Foto: 
APDP