NOVA Medical School

Portugueses participam em projeto que desenvolve modelo de olho para trabalho científico

Cientistas da faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa participam num projeto europeu para desenvolver um modelo de olho humano destinado à investigação de terapêuticas para uma doença degenerativa que provoca perda da visão central.

O grupo de investigadores do Centro de Estudos de Doenças Crónicas (CEDOC) da NOVA Medical School - Faculdade de Ciências Médicas, liderado por Miguel Seabra, integra a equipa internacional do projeto europeu ERA-NET, denominado "Biomembrane", que está a desenvolver um modelo 'in vitro' tridimensional de olho humano.

O modelo tem "potencial de comercialização [e é] capaz de potenciar e acelerar a investigação de novas estratégias terapêuticas para doentes com degenerescência macular relacionada com a idade (DMI)", explica uma informação divulgada pela instituição.

Atualmente, segundo a NOVA Medical School, não existe uma terapêutica eficaz para aquela doença, sendo "urgente clarificar os mecanismos moleculares subjacentes" à patologia para que se possam desenvolver terapias mais eficientes.

"Uma das limitações farmacêuticas existentes é ter que usar animais para a investigação" científica, para testar novos tratamentos, pelo que "o desenvolvimento de um olho biónico tridimensional é um modelo extremamente atrativo e necessário", defende a informação.

O projeto "Biomembrane" pretende desenvolver um sistema que recrie as estruturas do olho e permita a cultura de células diferenciadas, sendo uma alternativa para substituir o recurso a animais nas investigações na indústria farmacêutica.

Está integrado num consórcio internacional com cinco parceiros, dois dos quais empresas biofarmacêuticas. A equipa de investigadores do CEDOC é responsável pelo 'know-how' de biologia celular da retina e, atualmente, o grupo usa células isoladas de olho de porco e métodos de diferenciação de células humanas a partir de células estaminais.

A DMI é uma doença degenerativa da área central da retina (mácula) que provoca perda da visão central, uma patologia apontada como a causa mais comum de perda de visão nas pessoas acima de 55 anos.

Embora não cause cegueira total, há uma progressiva falta de visão associada à degenerescência e alterações vasculares da mácula e a sua incidência e a prevalência têm vindo a aumentar com a maior esperança de vida.

Dados da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia indicam que haverá cerca de 355.000 pacientes com todas as formas da doença.

 

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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