Dos 14 Projetos de Lei e de Resolução propostos, apenas 1 foi aprovado

Ordem dos Nutricionistas pede aos deputados “mais determinação” em matéria de alimentação escolar

Apesar de reconhecer uma “efetiva preocupação da Assembleia da República com a promoção de uma alimentação mais saudável”, a Ordem dos Nutricionistas pede “mais determinação” nas decisões políticas tomadas. O apelo surge no seguimento de mais de uma dezena de Projetos de Lei e de Resolução que hoje esteve à mesa do debate, tendo sido aprovado apenas 1.

“Os diplomas que hoje estiveram em debate na reunião plenária revelam que, de facto, a alimentação assume hoje especial preponderância na agenda política. Todavia, o número de projetos que foram rejeitados evidenciam que há ainda um longo caminho a percorrer e que é necessária uma maior determinação por parte dos deputados naquilo que é a concretização de medidas que promovam uma alimentação mais saudável”, afirmou ontem Alexandra Bento, Bastonária da Ordem dos Nutricionistas.

Em Portugal, de acordo com o último Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física, 25% das crianças e 32,3% dos adolescentes têm excesso de peso e, segundo a Organização Mundial de Saúde, a adoção de hábitos alimentares inadequados durante a infância pode aumentar o risco de doenças como a hipertensão, a diabetes Mellitus tipo 2 e a obesidade.

“Estes dados demonstram a necessidade de todos nos implicarmos na procura de respostas e não deixam margem para dúvidas: é precisamente nestas faixas etárias que devemos direcionar maiores esforços e a escola é o local privilegiado para o fazermos, pois é na escola que estas crianças e adolescentes passam grande parte do seu dia e podem, com mais facilidade, adquirir conhecimentos e competências para a adoção de comportamentos alimentares mais saudáveis”, avança Alexandra Bento.

Recorde-se que ontem, em cima da mesa da Assembleia da República, estiveram as mais diversas propostas, desde a não distribuição de leite achocolatado às crianças do pré-escolar e 1.º ciclo do ensino básico; a disponibilização de bebidas vegetais no serviço de bufete escolar; a não disponibilização nas cantinas escolares de refeições que contenham carnes processadas; a limitação de produtos prejudiciais à saúde nas máquinas de venda automática dos estabelecimentos de ensino; até à criação de uma estrutura orgânica, afeta à Direção-Geral da Educação, que seja responsável pela promoção da literacia alimentar.

O projeto aprovado foi a recomendação ao Governo de medidas de promoção de acesso a produtos da agricultura de produção local às cantinas públicas.

Fonte: 
Media Tailors
Nota: 
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