OE2018

Ordem dos Nutricionistas lamenta chumbo do imposto sobre o sal

A Ordem dos Nutricionistas lamenta a não aprovação do imposto sobre os produtos com elevado teor de sal conforme o governo havia sugerido na proposta de Orçamento do Estado para 2018.

“O país perdeu hoje uma oportunidade de aprovar uma medida que teria um enorme impacto na saúde dos portugueses. Não é aceitável, e é até lamentável, que alguns dos nossos representantes na Assembleia da República se demitam de legislar a favor da saúde e do bem-estar dos portugueses”, afirma Alexandra Bento, Bastonária da Ordem dos Nutricionistas.

Segundo a Direção-Geral da Saúde, os portugueses consomem o dobro da quantidade de sal recomendada pela organização Mundial da Saúde (OMS). O consumo diário de sal por português está acima de 10 gramas, quando a recomendação da OMS aponta para cinco gramas diárias. Diariamente são consumidas 30 toneladas de sal a mais do que o recomendado.

Para Alexandra Bento, “é incompreensível que, depois do sucesso que revelou a taxação dos refrigerantes, com o consumo a cair entre 20 a 25% e as empresas a reformularem os seus produtos a favor da medida, a Assembleia da República chumbe o imposto sobre o sal”. “Esta decisão só pode merecer, por parte da Ordem dos Nutricionistas, um forte cartão vermelho”, remata a Bastonária.

Recorde-se que, em fevereiro deste ano, Portugal introduziu uma taxa que penaliza as bebidas com maior teor de açúcar, medida que conduziu a uma redução do consumo de açúcar superior a 4.000 toneladas e que levou parte da indústria a reformular a composição dos seus produtos.

Em Portugal, estima-se que o excesso do consumo de sal constitua o risco alimentar evitável que mais contribui para a perda de anos de vida saudáveis e que cerca de metade das causas de doença e de morte tenham uma relação direta com a alimentação.

Recorde-se que na proposta para o próximo Orçamento do Estado, o governo propôs um imposto de 0,80 euros por quilo sobre as bolachas, biscoitos, batatas fritas e desidratadas e flocos de cereais, sempre que estes alimentos tenham mais de 1 grama de sal por cada 100 gramas de produto. Com esta medida, o Estado poderia arrecadar cerca de 30 milhões de euros, que poderia ser consignada ao Serviço Nacional de Saúde, para a prossecução de programas de promoção da alimentação saudável.

Fonte: 
Media Tailors
Nota: 
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