Estudo

ONU denuncia casos de anemia e atrasos de crescimento entre refugiados

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados exprimiu preocupação pelos elevados níveis de anemia e problemas de crescimento entre os refugiados, segundo um estudo de saúde pública feito aos deslocados.

O comunicado daquela agência da ONU analisa os progressos feitos até ao momento e destaca algumas tendências, com base nos indicadores do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), em relação à saúde pública, reprodutiva, nutricional, alimentar e também em matéria de água e higiene, num total de 37 operações.

Segundo os resultados do estudo, detetaram-se níveis críticos de anemia infantil em mais de 50% dos assentamentos em 2017, enquanto que apenas 3% cumpriam os padrões estabelecidos, com uma prevalência menor de 20%.

Em relação aos problemas de crescimento resultantes de malnutrição, o ACNUR descobriu que apenas 25% dos locais atingiram níveis aceitáveis de atraso de crescimento em menores de cinco anos, reportando que a importante presença de malnutrição se deve à redução de rações alimentares e serviços básico nas operações, resultado da falta de financiamento.

Cerca de 60% dos assentamentos estudados cumpriram os padrões internacionais de malnutrição aguda, uma pequena melhoria em relação a 2016.

O ACNUR também destacou que a taxa de mortalidade infantil, um importante indicador do impacto da saúde em situações de emergência, se manteve globalmente estável com uma média de 0,4 mortos em cada 1.000 crianças refugiadas, por mês, confirmando a tendência de descida observada desde 2011.

Em matéria de saúde reprodutiva, registaram-se melhorias, uma vez que nove em 10 partos, em mais de 83% das operações estudadas, foram realizados por um trabalhador médico especializado, uma melhoria de 26% em relação a 2016.

Além disso, cerca de 500.000 mulheres refugiadas grávidas receberam acompanhamento pré-natal em 135 assentamentos em 21 operações analisadas.

Em 2017 realizaram-se mais de oito milhões de consultas em centros médicos, um aumento de 10% em respeito ao ano passado, sendo que nove em 10 refugiados atendidos sofriam de doenças transmissíveis, o que segundo o ACNUR demonstra a importância do investimento em serviços de prevenção.

A agência destaca também que conseguiu manter o volume de água fornecido aos refugiados nos 21 litros por pessoa e dia, superando os padrões mínimos de 20 litros por dia, assumindo no entanto que o padrão máximo de 20 pessoas por cada sanita ainda não foi superado, apesar das melhorias.

O ACNUR concluiu que apesar de terem sido alcançados valores recorde em relação ao número de deslocados e refugiados, continuam bem encaminhados os serviços médicos destinados ao tratamento.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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