Conheça a história:

O tabaco

Atualizado: 
08/09/2014 - 17:19
O consumo de tabaco é, nos dias de hoje, a principal causa de doença e de mortes evitáveis.

O tabaco é uma planta do género nicotínico, existindo mais de 50 espécies diferentes. A Nicotina Tabacum é a que suscita maior interesse, uma planta originária do continente americano, cuja utilização rapidamente se difunde por toda a Europa, sobretudo por causa do grande e suposto valor terapêutico que lhe era atribuído.

Foi tal a aceitação e a rapidez da divulgação, que a Coroa Espanhola optou por submeter o seu comércio a um regime de monopólio estatal. Através dos espanhóis, e mais tarde dos franceses e ingleses, o mundo foi invadido por esta substância desconhecida.

A partir do século XVIII, cessam as proibições e o consumo do tabaco cresce de forma gradual em quase todos os Estados, seguindo o modelo espanhol e português, a sua distribuição pelo Estado deve-se ao facto de render grandes lucros fiscais.

Até finais do século XVIII, coexistiram duas formas de consumo: uma, minoritária, em que o tabaco era enrolado ou recheado de triturado e outra, maioritária, em que o produto de maior qualidade (pó fino) ou dos resíduos (rapé) era aspirado pelo nariz. Também se usava o tabaco mascado, fumado em cachimbo, inclusivamente em cachimbo de água.

Calcula-se que o cigarro tenha sido "inventado" durante as navegações transatlânticas, em que se apanhavam os restos de tabaco que se transportava para a Europa, em especial para Sevilha, enrolando-os em papel, já que as folhas inteiras pertenciam à coroa e aos consignatários.

Nos finais do século XVIII, o consumo do tabaco estava já estendido aos marinheiros e, por volta de 1800, estava já difundido por toda a Península Ibérica e pelos portos do Mediterrâneo.

Na segunda metade do século XIX, os anglo-saxões passam a ter o controlo e o monopólio da fabricação dos cigarros. A partir daqui começa a história do consumo de tabagismo como a conhecemos, afectando quase metade da população mundial e, com uma clara tendência ascendente, especialmente nos países em vias de desenvolvimento.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), anualmente cerca de 4,9 milhões de pessoas morrem, em todo o mundo, em resultado do tabagismo. Se a epidemia não for travada, a mesma organização estima que, em 2020/30, esse número chegará aos 10 milhões de pessoas por ano.

Uma vez iniciado o consumo do tabaco, rapidamente se transforma em dependência (física e psíquica), provocada pela nicotina - a droga psicoactiva presente na folha do tabaco. Sabe-se que o fumo produzido pelo consumo do tabaco contém mais de quatro mil compostos químicos com efeitos tóxicos e irritantes, dos quais mais de 40 são reconhecidos como cancerígenos.

Para além dos malefícios para quem fuma, o tabagismo constitui igualmente um factor de risco também para aqueles que, não sendo fumadores, se encontram frequentemente expostos ao fumo passivo.

Estudos epidemiológicos confirmam a associação entre o tabagismo e um terço de todos os casos de cancro; 90 por cento dos casos de cancro do pulmão; Cancro do aparelho respiratório superior (lábio, língua, boca, faringe e laringe); cancro da bexiga, rim, colo do útero, esófago, estômago e pâncreas; doenças do aparelho circulatório, dos quais a doença isquémica cardíaca (25 por cento); bronquite crónica (75-80 por cento), enfisema e agravamento da asma; irritação ocular e das vias áreas superiores. Para além disso, fumar reduz a esperança média de vida em cerca de dez anos.

Fonte: 
Instituto da Droga e da Toxicodepência
Ministério da Saúde
Nota: 
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