Estudo

Novidades no tratamento de linfoma associado ao HIV com células estaminais

Investigadores do City of Hope National Medical Center, em Duarte, Califórnia, desmistificaram a ideia de que pacientes com linfoma associado ao HIV poderiam não suportar um transplante autólogo devido a complicações secundárias. A descoberta mais impressionante deve-se ao facto de os pacientes terem apresentado certa regressão na infeção do vírus, diminuindo o nível de infeção e em alguns casos estagnando a sua evolução.

A realização de um transplante autólogo de células estaminais hematopoiéticas a 40 pacientes com linfoma de Hodgkin e Não-Hodgkin obteve resultados que superaram as expetativas: a taxa de sucesso sem efeitos colaterais foi de 87,3%, escreve o Diário Digital, verificando-se uma mortalidade de apenas 5,2%, causada sobretudo por recorrência de cancro e problemas cardíacos.

“Estudos deste género demonstram que existe um enorme campo de exploração no que diz respeito à relação entre as células estaminais e o HIV, tendo em conta que a sua aplicabilidade como uma forma de recuperação dos efeitos nefastos da quimioterapia no organismo não só potencia um maior sucesso no tratamento do cancro, como mantém a carga viral controlada. É positivo que exista uma nova solução para as comorbidades associadas ao HIV, neste caso o linfoma”, comenta Patrícia Cruz, diretora do Banco de Tecido de Células da Cytothera.

O estudo envolveu 43 pacientes com linfoma de Hodgkin e Não-Hodgkin associado ao HIV, que foram acompanhados após realização do transplante autólogo de células estaminais. Apenas 3 do total de pacientes não receberam o transplante devido ao estado de progressão da doença. Após comparação do estado de saúde dos pacientes que receberam o transplante com 150 pacientes sujeitos a quimioterapia e transplante não infetados com o HIV, o estudo concluiu que existia a mesma possibilidade de sobrevivência em ambos os grupos. A taxa de mortalidade verificada foi de 5,2% e deveu-se, maioritariamente, à recorrência de cancro ou problemas cardíacos.

As descobertas deste estudo permitem posicionar as células estaminais como um antídoto relativamente aos efeitos nocivos da quimioterapia, sendo essa a sua função no tratamento. Esta é uma descoberta importante porque o linfoma é uma das maiores causas de morte entre pacientes com HIV. Atualmente estão a ser realizadas pesquisas para averiguar a segurança da aplicação de células estaminais hematopoiéticas no tratamento de leucemias.

Fonte: 
Diário Digital
Nota: 
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