Estudo

Nanopartículas com controlo remoto por laser aumentam sucesso de células transplantadas

Investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra desenvolveram uma formulação de nanopartículas que permite libertar, através de controlo remoto por luz, duas moléculas no tratamento de doenças isquémicas.

“A descoberta, publicada na revista ‘ACS Nano’ e resultante de um trabalho de cinco anos, contribui para o aumento da sobrevivência e proliferação das células endoteliais progenitoras transplantadas (que desempenham um importante papel na recuperação de doenças isquémicas como os Acidentes Vasculares Cerebrais)”, sustenta a Universidade de Coimbra (UC).

Segundo a fonte, “a possibilidade de fazer a ativação das nanopartículas (que medem milionésimos de milímetros) por controlo remoto faz toda a diferença”.

Acrescenta que “o controlo fotoativável na libertação de mais do que uma molécula permite potenciar e modelar a atividade celular com maior precisão - aumentando a eficácia do tratamento”.

“A nanoformulação apresentada pela equipa do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) funciona como um ‘interruptor’ de circuitos biológicos envolvidos na proliferação e sobrevivência das células endoteliais progenitoras (cuja transplantação contribui para a cicatrização e vascularização dos tecidos afetados pelas doenças isquémicas)”, explica a UC.

No estudo agora publicado, “o princípio de funcionamento da nanoformulação foi demonstrado na cicatrização de feridas da pele em ratinhos”.

Contudo, lê-se no comunicado, “as possíveis aplicações clínicas desta formulação de nanopartículas podem ser estendidas a outros órgãos e ao tratamento de doenças com terapias de combinação com múltiplas moléculas”.

“Este é o primeiro trabalho que descreve uma nanopartícula para entrega controlada de duas moléculas através de um laser com comprimento de onda próximo do infravermelho, o que permite uma maior penetração nos tecidos sem efeitos tóxicos e possibilita o controlo remoto das nanopartículas”, descreve Miguel Lino, primeiro autor do artigo publicado na “ACS Nano”, citado na nota.

O estudo do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra foi financiado pelo European Reseach Council (Conselho Europeu de Investigação) e pelo programa “ERA Chair” em envelhecimento.

Foi coordenado por Lino Ferreira, líder do grupo de investigação em Biomateriais e Terapias Baseadas em Células Estaminais do CNC e investigador coordenador da Faculdade de Medicina da UC, e contou ainda com a participação das investigadoras Susana Simões, Andreia Vilaça, Helena Antunes e Alessandra Zonari.

 

Fonte: 
LUSA
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
ShutterStock