Estudo

Investigadores tentam explicar as semelhanças entre pais e filhos

As meninas são normalmente mais parecidas com a mãe e os meninos com o pai. Exceto no primeiro ano de vida, em que ambos os sexos se parecem quase sempre com as mães.

Os comentários mais comuns quando um novo bebé é apresentado à família e aos amigos dizem respeito às semelhanças físicas do recém-nascido com o pai ou a mãe. Mas existe alguma base científica para que a criança possua mais parecenças com um dos progenitores? Sim, existe. E tudo depende da idade e do sexo do bebé.

É o que nos diz um estudo do Instituto de Ciências Evolutivas de Montpellier, França, que há muito vem tentando explicar cientificamente as semelhanças reais entre pais e filhos dos 0 aos 6 anos de idade.

Nesse sentido, os investigadores usaram fotografias de cada família que foram analisadas por colaboradores desconhecidos. Depois de recolhidas as impressões dos mesmos, ficou claro que as meninas eram mais parecidas com a mãe e os meninos com o pai. Exceto no primeiro ano de vida – nesse caso, os recém-nascidos de ambos os sexos assemelhavam-se quase sempre às mães.

Os cientistas consideram que este fenómeno é uma resposta extremamente inteligente da natureza à possibilidade da rutura entre casais. Repare-se: se existirem dúvida sobre a paternidade e a criança nascer parecida com a mãe, o pai não poderá acusar a parceira de traição. Esta “trégua” será uma forma do homem se afeiçoar à criança nos primeiros meses de vida.

Mas há outras revelações surpreendentes neste artigo da Science & Vie: biologicamente, as crianças herdam mais da mãe do que do pai. Em primeiro lugar porque são as mulheres que transmitem aos filhos os genes das mitocondrias, organelas presentes no ovócito e que não existem no espermatozoide; depois, porque também são elas que fornecem os bilhões de bactérias que formam a microbiota do bebé (e que se instalam no intestino e na pele), durante o parto e no período de amamentação.

Por fim, mas igualmente surpreendente, é facto de as mães distribuírem suas próprias células-tronco pelo corpo dos filhos enquanto estes se encontram no útero, e mais tarde, através do leite materno.

Fonte: 
Sapo
Nota: 
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