Lisbon Living+

Inovação na saúde é alvo de consórcio criado pela Universidade de Lisboa

A inteligência artificial ao serviço da medicina ou o turismo de saúde são algumas das áreas alvo de um consórcio criado pela Universidade de Lisboa, o Lisbon Living+, que junta vários setores em busca de inovação na saúde.

O pró-reitor da Universidade de Lisboa, Rogério Gaspar afirmou que o objetivo do consórcio, que junta mundo académico, empresas, setor social é pensar em projetos "não a meses ou mesmo a um ou dois anos, mas a uma década".

Com o consórcio, que começou a ser montado em 2013 e esteve até agora "na fase de construção", pretende-se também encaminhar os parceiros para os financiamentos europeus em disputa do Horizonte 2020.

Um dos setores em que o consórcio pode produzir resultados é nos serviços de processamento de dados em grande volume ("Big Data") e medicina personalizada, que pode empregar técnicas semelhantes à inteligência artificial para ajudar os médicos no processo de decisão.

Por exemplo, um projeto da empresa IBM chamado "Watson" consegue ler centenas de milhares relatórios clínicos de doentes e juntar milhares de artigos, conseguindo "big data" que se caracterizam pelo "volume, variedade, velocidade e verdade".

Embora "não esteja suficientemente afinado", é tecnologia "de primeira linha a nível global", combinando algoritmos de decisão e matemática aplicada no tratamento dos dados.

No domínio da oncologia, é "uma ajuda para o clínico decidir pelo melhor cuidado" para o doente, referiu.

O projeto da IBM está já em Portugal, mas na vertente das "cidades inteligentes" com experiências piloto em Tomar e Évora.

Outro dos projetos que germinou com a rede de parcerias estabelecida pelo Lisbon Living+, chamado Altur, destina-se a promover o turismo sénior e o turismo de saúde, divulgando práticas médicas inovadoras em Lisboa.

Os benefícios surgem de duas maneiras, referiu Rogério Gaspar, indicando que a tecnologia nova é sempre providenciada pelo Serviço Nacional de Saúde e que "vai sempre primeiro para cidadãos nacionais" mas que, simultaneamente, pode ser ainda mais rentabilizada apelando ao turismo de saúde, em que estrangeiros procuram Portugal para se tratar.

No futuro, encaminha-se a criação de centros de excelência em medicina de precisão e regenerativa, um investimento de 60 milhões de euros, em Lisboa, Aveiro e no Minho.

Rogério Gaspar afirmou que da interação entre os parceiros, que incluem associações de doentes, câmaras municipais e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, sairão "algumas grandes coisas mas muitas pequenas coisas que têm grande impacto".

"Este é um trabalho que nunca estará terminado", reconheceu.

Na segunda-feira, a Universidade organiza a primeira conferência do Lisbon Living+, em que se debaterão o rumo da medicina na Europa, focada nas necessidades dos doentes e a tecnologia e inovação na saúde dirigidas à população da Europa, um continente a envelhecer.

O comissário europeu para a Investigação, Carlos Moedas e os ministros portugueses da Saúde e da Ciência são alguns dos participantes na conferência.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.