A saúde cardiovascular revista no Congresso Europeu

Há novas recomendações clínicas para a cardiologia mundial

Decorreu, na passada semana, em Barcelona o Congresso Europeu de Cardiologia, organizado anualmente pela European Society of Cardiology, onde se reuniram cardiologistas vindos do mundo inteiro para atualizar e partilhar conhecimento científico sobre a sua saúde cardiovascular. A cardiologia portuguesa esteve amplamente representada pela Sociedade Portuguesa de Cardiologia e por dezenas de médicos e investigadores portugueses que, anualmente, escolhem este congresso para divulgar os resultados da sua investigação científica.

Em que é que estas reuniões contribuem para uma melhor Saúde Cardiovascular?
Nestas reuniões partilha-se e discute-se a melhor e mais atual informação científica e revêem-se as normas de orientação clínica, procurando um objetivo único: diagnosticar e tratar melhor a doença cardiovascular e reduzir a mortalidade por doença cardiovascular, que continua a ser a primeira causa de mortalidade em Portugal e no mundo!

Nos dias de hoje não há lugar para uma prática médica que não tenha por base uma investigação científica de qualidade. As recomendações e normas de orientação clínica das sociedades científicas incorporam os resultados dessa investigação, para que os mesmos possam ser mais facilmente incorporados na prática clínica.

Em Portugal, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia endossa as normas de orientação clínica europeias e, através dos seus sócios, estimula a aplicação das mesmas na prática clínica, com o objetivo de melhorar a saúde cardiovascular dos portugueses.

Para a comunidade médica, o cumprimento deste tipo de normas e recomendações asseguram uma prática clínica rigorosa. Para os decisores políticos, estas orientações promovem uma maior consciencialização sobre as necessidades dos hospitais, procurando dotar os serviços das melhores condições para a prática clínica!

Novidades que o Congresso Europeu de Cardiologia aporta à saúde cardiovascular – Tratamento do Enfarte Agudo do Miocárdio
Este ano, quatro normas de orientação clínica foram apresentadas e ao mesmo tempo publicadas, de entre os quais se destaca, a norma que rege as boas práticas no tratamento do enfarte agudo do miocárdio.

Para além das novidades na área terapêutica, o documento foca o desafio que o tratamento do Enfarte Agudo do Miocárdio coloca às organizações. Não basta ter a melhor tecnologia e os melhores técnicos, é preciso usá-los de forma sistematizada e organizada, articulando entre os vários intervenientes em todo o processo.

Portugal ocupa um lugar de destaque no tratamento do enfarte, acompanhando o que de melhor se pratica no mundo mais desenvolvido. Porém, em Portugal, por ano, morrem 8.000 portugueses vítimas de Enfarte Agudo do Miocárdio, vulgarmente designado por Ataque Cardíaco, e o desafio é reduzir estes números, mas não só!

Insuficiência Cardíaca – O inimigo número um, desconhecido dos portugueses
O tratamento inadequado do Enfarte Agudo do Miocárdio é a principal causa de Insuficiência Cardíaca. Esta é uma complicação tardia, pouco reconhecida, mas que afeta cerca de 400 000 portugueses. A Insuficiência Cardíaca tem uma mortalidade superior à maioria das Neoplasias ("cancros"), como é o caso do cancro da mama ou do cancro do cólon. A Insuficiência Cardíaca é a principal causa de internamentos hospitalares. Apenas a prevenção adequada, o diagnóstico precoce e o tratamento correto da Insuficiência Cardíaca poderão reduzir a mortalidade por doença cardiovascular.

Assim, as normas de orientação para a prática clínica, devem estimular as Organizações a desenvolver estruturas e processos que permitam assegurar cuidados de saúde de qualidade e de acordo com o "estado da arte". Para a Sociedade Portuguesa de Cardiologia, os resultados da investigação científica de nada servem se não forem aplicados na prática clínica, em prol de um único objetivo: mais e melhor saúde cardiovascular para todos os portugueses.

Fonte: 
SConsulting
Nota: 
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