Doentes são seguidos em consultas especializadas

Doenças do movimento são muito frequentes, mas profissionais de saúde estão atentos

As doenças do movimento são frequentes na população portuguesa e podem causar incapacidade importante aos doentes. Entre estas doenças está a Doença de Parkinson – a segunda doença neurodegenerativa mais comum depois da Doença de Alzheimer e que afeta perto de 20 mil portugueses.

“A revolução que ocorreu no conhecimento da genética nos últimos 20 anos permitiu conhecer genes que causam ou predispõem para algumas doenças do movimento”, afirma o neurologista Alexandre Mendes, presidente da Sociedade Portuguesa das Doenças do Movimento (SPDMov), explicando a razão pela qual o tema do Congresso Nacional da SPDMov é “Genética das Doenças do Movimento”.

Entre vários avanços significativos a nível da genética, o especialista destaca as novas técnicas que vieram simplificar a sequenciação do ADN e permitiram a descoberta de genes implicados nestas doenças do movimento.

“O conhecimento de genes implicados nestas doenças pode permitir entender melhor os mecanismos implicados e contribuir para novos tratamentos, que poderão vir a ser individualizados para cada doente. Também se espera que venha a ser possível alterar o curso progressivo de algumas destas patologias”, acrescenta o neurologista.

O diagnóstico da Doença de Parkinson é importante e leva a que os doentes sejam orientados para consultas especializadas. Pode ser atrasado, sobretudo nos cerca de 30% de doentes que não têm tremor. “É importante pensar na doença de Parkinson, uma doença muito frequente, e não olhar para a dificuldade motora como um problema da idade ou apenas associado a patologia da coluna ou a patologia articular”, explica Alexandre Mendes.

O tremor essencial é a doença do movimento mais frequente na população. Contudo, não é nesta patologia que se verifica, na maioria dos casos, a maior incapacidade para o doente. Outras doenças do movimento, menos frequentes, e que terão a atenção dos participantes no Congresso, são as distonias, as coreias, as ataxias, as síndromes parkinsónicas atípicas e doenças do movimento provocadas por fármacos.

O Congresso anual da SPDMov acontece a 2 e 3 de março, no Hotel Curia Palace, em Aveiro, e vai juntar especialistas portugueses (alguns a trabalhar em centros no estrangeiro, como o Canadá e a Alemanha) para debaterem os avanços no conhecimento sobre as Doenças do Movimento, este ano com um foco particular nos avanços do conhecimento sobre a genética.

A reunião tem um forte carácter formativo para os participantes – neurologistas, internos de neurologia e cientistas – e conta também com a presença do conceituado especialista italiano Vincenzo Bonifati, com reconhecido trabalho na área da genética das Doenças do Movimento, e que fará uma apresentação e promoverá o debate sobre esse tema.

 

Fonte: 
Hill+Knowlton Strategies Portugal
Nota: 
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